Luanda - A construtora portuguesa Telhabel tem para este ano uma carteira de encomendas na ordem dos 300 milhões de dólares (278,2 milhões euros) em Angola, dos quais 200 milhões de dólares (185,4 milhões de euros) correspondem a obras em Luanda.

Fonte: Lusa

Em declarações à agência Lusa, à margem da cerimónia de consignação, pelo Instituto Nacional de Estradas de Angola, da empreitada de construção de infraestruturas na zona da Boavista, em Luanda, o diretor-geral da Telhabel, Vítor Pereira, disse tratar-se de uma obra importante pelo seu valor, 73.927.447,79 euros, a ser executada em nove meses.

 

Segundo o responsável, o mercado atual apresenta dificuldades, essencialmente financeiras, com contenção e abrandamento do ritmo das obras, mas também na importação de materiais para a execução das obras.

 

«Porque nem sempre temos cá os materiais todos para poder executar as empreitadas», disse Vítor Pereira.

 

O diretor-geral da Telhabel, construtora portuguesa presente em Angola há nove anos, citou ainda os obstáculos que a empresa tem enfrentado para repatriar divisas para pagamento de salários dos trabalhadores portugueses expatriados.

 

Na mesma ocasião, o responsável de obra da construtora Omatapalo na zona da Boavista, Carlos Cardoso, disse à Lusa, à margem da cerimónia de consignação do contrato, no valor de 12.181.583,91 euros, para a construção de infraestruturas em Luanda (ligação Sonils/Via Expressa/Quifangondo), que esta empreitada já foi iniciada há algum tempo, mas enfrentou problemas, sobretudo de expropriações, o que provocou atrasos.

 

Contudo, informou que receberam garantias do dono da obra (Estado) de que esta semana inicia o processo de expropriações, que deverá terminal no final deste mês.

 

«Agora, com esta nova consignação, esperemos que os trabalhos se desenvolvam com mais celeridade e conforme nos foi transmitido iremos iniciar já esta semana. Vão-se desenvolver ao longo das próximas semanas as expropriações e após isso teremos condições de executar todos os trabalhos», disse Carlos Cardoso.

 

Relativamente à carteira de encomendas da empresa, que também tem ligações a Portugal, Carlos Cardoso referiu que esteve «um pouco fraca» em 2016, mas para este ano perspetivam algum crescimento.

 

«De momento, ainda não temos nada assim de muito conclusivo, mas esperemos que seja um bom ano, apesar das dificuldades que o país tem atravessado», disse o responsável.