Luanda - De acordo com o partido, enquanto não se encontrarem mecanismos de averiguação, as dúvidas e inquietações continuarão a ser registadas.

Fonte: Lusa

A UNITA defendeu ontem a criação de um fórum para a discussão das operações de registo eleitoral, com vista garantir a lisura e transparência do processo.


A posição foi avançada à imprensa por José Pedro Catchiungo, deputado da UNITA, no final da reunião promovida pelo Ministério da Administração do Território, para apresentação aos partidos políticos do relatório de balanço das actividades desenvolvidas no primeiro mês de trabalhos da segunda fase do processo de actualização do registo eleitoral.


“Não há um fórum, nem a nível central nem local, que discuta as operações de registo com regularidade e pormenor, nós estamos a ficar numa situação que não nos convence o pintado do rótulo com a qualidade do conteúdo do frasco”, disse o deputado da UNITA.


De acordo com o membro da direcção do maior partido da oposição, enquanto não se encontrarem mecanismos de averiguação e controlo do registo eleitoral, as dúvidas e inquietações continuarão a ser registadas.


“O que nós queremos ver em Angola é um processo eleitoral que não dê margem para dúvidas, quer para os que ganhem quer para os que, eventualmente, possam perder, e a maneira como o processo está a andar não dá esta garantia, porque nós os partidos estamos limitados a ver aquilo que nos querem mostrar, não há auditorias a todo este aparato que nos deram a ver, não sabemos que ferramentas electrónicas estão a trabalhar nisso”, referiu.


Acrescentou que “a lei manda que todas as operações do processo eleitoral sejam feitas por uma instituição independente, aqui onde estamos não estamos numa instituição independente, estamos numa instituição do governo extremamente partidarizado”.


Para o deputado, tais situações “mancham” o processo, “que se quer aberto e transparente” uma suspeição que agora se agrava pelo facto do coordenador do processo, o ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, ter sido indicado na última sexta-feira, como candidato a vice-Presidente da República pela lista do MPLA.


“Como o destino é irónico, tivemos o segundo elemento de uma lista concorrente a nos pôr todos ocorrentes como vai o processo de quem vota e quem não vota, isto contraria o desejo de todos nós de vermos um processo eleitoral transparente e com lisura”, desabafou.


O processo de registo eleitoral, sob coordenação do Ministério da Administração do Território, teve início a 25 de Agosto de 2016, estando agora na sua segunda fase desde 5 de Janeiro e encerra a 31 de Março.