Luanda - Para oferecer um serviço de saúde mais humanizado, o Ministério da Saúde prevê trabalhar com o sector do ensino superior para reforçar as disciplinas de ética profissional nas formações de saúde.

Fonte: Angop
Ao falar nesta quarta-feira, em Luanda, em conferência de imprensa sobre a situação sanitária do país, o titular da pasta da Saúde, Luís Gomes Sambo, disse haver necessidade de se melhorar o aspecto da humanização no atendimento ao doente.

Com efeito, afirmou que vai solicitar apoio das ordens profissionais, nomeadamente as dos médicos, enfermeiros e farmacêuticos para que os códigos deontológicos sejam divulgados e respeitados.

O ministro declarou que o país fez um grande esforço na formação de um número considerado de profissionais, mas disse haver necessidade de melhorar a sua qualidade.

Como exemplo, apontou que o país conta com três mil e 600 médicos e mais 33 mil enfermeiros formados dentro e fora do país.

Acrescentou que é necessário melhorar a qualidade, o desempenho dos profissionais e a sua atitude de trabalho, de modo que correspondam com as expectativas dos pacientes e da população em geral.

Segundo o ministro, há uma certa preocupação no sentido de se melhorar a cadeira de especialização de médicos e as condições nos hospitais.

“Em conjunto com o Ministério do Ensino Superior, precisamos criar oportunidades de carreira para outros profissionais, farmacêuticos e enfermeiros, de modo que cada profissional possa ser estimulado a trabalhar melhor agora para merecer este progresso”, sublinhou.

Distribuição de especialistas de saúde

A melhoria da distribuição dos especialistas de saúde em todo o país, de acordo com a vocação de cada uma das unidades sanitárias de referência e dos hospitais a nível da província e municípios consta das preocupações do Ministério da Saúde.

De acordo com o governante disse que perspectiva-se colocar médicos em todos os municípios do país, cuja concretização carece de uma alocação orçamental que vai permitir enquadrar cerca de mil e duzentos médicos, visando garantir uma melhor qualidade dos serviços de saúde.

O ministro diz ser prioritário a municipalização, ou seja, o reforço da capacidade humana, financeira e de gestão dos serviços de saúde a nível dos municípios, passando a responsabilidade para as administrações municipais.

Notou que para a sua eficácia deve haver uma melhor articulação entre os directores municipais da saúde e os administradores municipais que dependem dos governos provinciais.

Fez saber que o trabalho está a ser coordenado com o Ministério da Administração do Território (MAT), para se ter alguma legislação complementar que facilite a interacção entre o nível municipal, provincial e central.

Uma outra prioridade apontada por Luís Gomes Sambo prende-se com a investigação, para quem “não se pode melhorar a qualidade sem a componente investigativa, que é importante na formação e também na assistência médica”.

Com efeito, apelou aos hospitais que fazem assistência e docência ao reforço da componente de investigação clínica.

Outra perspectiva do MINSA, disse o ministro, é melhorar a gestão dos medicamentos e dos equipamentos, por constatar-se que há muitas queixas em relação a falta de fármacos.

“Penso que o problema não é a falta, mas sim a forma como nós gerimos os fármacos que adquirimos, por isso, estamos a conceber novos modelos de organização e gestão da cadeia logística dos medicamentos”, afirmou.

Para si, esta visão tem como objectivo ajudar a comprar o que realmente se precisa, a preços competitivos, garantindo a qualidade dos medicamentos para prevenir a circulação de fármacos contrafeitos.

Disse ser um sistema muito complexo que requer tempo para o diagnóstico. Para a concepção e o desenvolvimento deste sistema depende do trabalho que está a ser efectuado com alguns parceiros no sentido de melhorar o sistema logístico.