Lisboa – O Presidente José  Eduardo dos Santos ordenou ao ministério do interior a expulsão de professores turcos ligados ao colégio  Esperança Internacional, invocando “necessidade de garantir o bem- estar e a segurança dos cidadãos , num clima de paz e harmonia social a unidade e a integridade territorial, arduamente alcançada com o sacrifício do povo angolano”.

 
Fonte: Club-k.net
 
Em solidariedade ao ditador da Turquia 
 
A decisão consta de um decreto presidencial de Outubro de 2016, que o Club-K teve acesso,  em que José  Eduardo dos Santos autoriza o ministro da educação “a proceder ao encerramento do Colégio Esperança Internacional, na Republica de Angola, devendo acautelar a continuidade dos estudos dos alunos a outras instituições de ensino legalmente autorizadas”.
 
 
“É autorizado  o ministro do interior  a proceder ao cancelamento dos vistos dos docentes e funcionários obtidos por via do Colégio Esperança Internacional e que os seus utentes sejam  administrativamente  expulsos do país”, le-se no despacho presidencial.
 
 
Duas semanas após o PR, ter assinado o referido despacho, o Club-K havia reportado que o governo de José Eduardo dos Santos é o único na região que está a  ceder  as pressões do ditador da Turquia Recep Tayyip Erdoğan para encerrar,   o colégio Esperança Internacional, vulgo “Colégio turco de Luanda”. O mesmo pedido foi   feito a países  como África do Sul e Moçambique que entretanto rejeitaram satisfazer as vontades daquele ditador.
 
 
O ditador da Turquia suspeita que o dono desta rede de colégio internacional, Fethullah Gullen seja a pessoa que agitou o fracassado golpe de Estado ocorrido a 15 de Julho,  quando uma facção das forças armadas da Turquia usou tanques, aviões e helicópteros para tentar derruba-lo. 
 
 
Em reação, o ditador da Turquia Recep Tayyip Erdoğan solicitou a vários países com realces a regimes com a mesma características com o seu para encerrarem esta rede de colégios e expulsarem os docentes a fim de serem presos no seu país ou fuzilados. 
 
 Comentário do jornalista Nelson Sul d’Angola 
 
José Eduardo dos Santos "deixa" o poder mantendo a "sete chaves" os arquivos da barbárie do 27 de Maio de 1977, e nada ter feito para uma reconciliação de facto com as vítimas e seus familiares. O veterano militante do MPLA, Lopo do Nascimento, que por pouco, viu a sua vida por um fio, diz que o 27 de Maio é uma “ferida não sarada, que não se vê mas dói internamente”.
 
 
José Eduardo dos Santos "deixa" o poder sem perder a oportunidade de vir a contribuir na morte (por fuzilamento ou por enforcamento) de centenas de cidadãos turcos que, após verem encerrada a instituição de ensino onde leccionavam, o Colégio Turco, só por milagre não serão entregues ao "dono" da Turquia.
 
 
E perguntam-me vocês: o que é que uma coisa tem a ver com a outra? Pois é. Os factos continuam a revelar que JES e a direcção do seu partido, o MPLA, não aprenderam nada com a História.
 
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