Luanda - Perto de 2500 efectivos da Policia Nacional estão sem salários há quase três anos. O facto está a criar dissabores aos funcionários da corporação que dizem não saber das razões que inviabilizam o pagamentos dos seus ordenados por parte do patronato, soube o Club-K de fontes ligadas ao processo.

Fonte: Club-k.net

Agentes punidos por reclamar

As fontes revelaram que se encontram nesta condição, efectivos da Policia Nacional admitidos através de concurso públicos e outros readmitidos na corporação há quase três anos.

A falta de salários atinge efectivos de quase todo país que, de acordo, com os interlocutores, o assunto obrigou ao Comando Geral da corporação à reunir-se, no final do mês passado, com todos os responsáveis das áreas de recursos humanos a fim de fazerem um inventário actualizado de todo pessoal que não auferem salários para a devida regularização.

 

As fontes pormenorizaram ainda que, no encontro, os chefes de recursos humanos foram informados de que o pagamento de salários é da responsabilidade do Ministério da Finanças que “congelou” as quotas, inviabilizando assim ao processamento dos ordenados dos funcionários, recentemente incorporados e readmitidos na Polícia Nacional desde 2014.

 

Para dar volta à situação e enquanto se aguarda pelo “descongelamento das vagas” por parte do Ministério das Finanças, o Comando Geral, segundo os interlocutores, orientou aos responsáveis do RH da corporação no sentido de proceder ao levantamento de nome dos funcionários falecidos, demitidos, aposentados e em gozo de licença disciplinar para serem retirados das folhas de salários e substituídos por funcionários no activo, porém sem salários há três anos.

 

“Este é o trabalho que se vai fazer enquanto existir o impasse com Ministério das Finanças no que concerne à atribuição de quotas para novas vagas. Vamos retirar os nomes dos efectivos que já não estão no activo por várias razões e no lugar destes, substitui-los pelos funcionários admitidos e readmitidos na corporação desde 2014. Muitos deles trabalham e não recebem salários”, revelaram as fontes, sublinhando que o problema reside desde o início do processo de cadastramento dos funcionários públicos que decorre sob a responsabilidade do Ministério da Finanças.

 

As fontes do Club K deram ainda a conhecer que a falta de informações sobre o não pagamento de salários está obrigar a muitos ecfectivos lesados a escrever para o comandante Geral da corporação, Ambrósio de Lemos, no sentido de esclarecer e tomar uma posição sobre o assunto, facto que de acordo, as nossas fontes está a motivar retaliações aos subscritores das cartas de reclamações.

 

“Na Polícia é proibido reclamar. Ninguém deve escrever sem conhecimento ou autorização do seu chefe e quem o fizer é sancionado. Isto está acontecer com muitos efectivos que reclamaram falta de salário. O comandante- geral orientou a solução do caso, mas muitos estão a responder processos disciplinares nas suas unidades. A Lei castrense é primeiro obedecer, depois reclama”, explicaram os interlocutores ao Club K.

 

Por outra, as fontes do Club-K revelaram ainda existir muitos trabalhadores fantasmas na corporação que auferem salários. “Muitas dessas pessoas são familiares de responsáveis da Polícia Nacional, nunca trabalharam e os seus nomes constam sempre nas folhas de salários.