Luanda - Políticos, activistas cívicos e músicos de intervenção social uniram-se para preparar uma manifestação no dia 24 de Fevereiro nas cidades de Luanda e de Benguela para pedir a saída de Bornito de Sousa do posto de ministro da Administração do Território, órgão que organizar o registo eleitoral, em virtude de ser o candidato a vice-presidente pelo MPLA, como segundo da lista às eleições de Agosto.

*Coque Mukuta
Fonte: VOA

Sousa já veio a público dizer que não há qualquer incompatibilidade no facto de ser ministro e candidato.

 

Hitler Samussuku, um dos 17 activistas amnistiados, disse que os organizadores da manifestação apenas estão comprometidos com a lisura e a transparência do processo eleitoral, por isso Bornito de Sousa deve decidir entre ser número dois da lista do MPLA e ministro da Administração do Território.

 

“Não faz sentido alguém organizar e ser também oprotagonista principal”, sublinhou.

 

Hitler afirma não temer qualquer acto de represália e que tudo fará para Bornito de Sousa se decidir.

 

Questionado se não deviam aguardar até a formalização das listas pelo Tribunal Constitucional, Samussuku adiantou que o mandato do tribunal expirou.

 

“O Tribunal Constitucional é uma instituição para legitimar as acções do Governo e não temos medo de qualquer acto de represália. Na ditadura há sempre repressão”, concluiu.

 

Outro dos organizadores da manifestação é Arante Kivuvu, que apela as populações a se unirem para exigir a demissão de Bornito de Sousa.

 

“Não importa o partido, apelamos a todos os cidadãos a participar da manifestação do dia 24 deste mês”, afirmou o activista.

 

Entretanto, Bornito de Sousa já respondeu as queixas da oposição e da sociedade civil.

 

“Não há nenhuma incompatibilidade legal ou constitucional para esta situação e eu diria, se fôssemos então no rigor de colocar suspeições para uma situação desta, no limite então os senhores deputados, por exemplo, teriam de se demitir agora, porque estivemos a ver legislação eleitoral”, defendeu Sousa.

 

Em Luanda, a manifestação terá como ponto de partida o Largo da Independência, enquanto em Benguela o local marcado para a concentração é o Liceu Comandante Cassanji.