Paris - O Banco de Poupança e Crédito (BPC) vai definir regras de controlo mais rigorosas no processo e nos procedimentos de cedência de crédito às pessoas individuais e empresas, revertendo o quadro anterior. Trata-se de regras que impõem a responsabilização dos actores diferentes das que existiam. Tudo para que o aforrador (investidor), que coloca o dinheiro no banco, e o tomador (o que beneficia do valor cedido) usem esse bem de troca de forma correcta.

Fonte: Angop
Estamos a trabalhar para que o crédito seja um facto, mas de maneira diferente, inclusive na responsabilização dos actores desse processo, declarou em Paris, França, o presidente da Comissão Executiva do Banco de Poupança e Crédito (BPC), Zinho Baptista.

O gestor do BPC, que na capital francesa fez parte de uma delegação chefiada pelo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), disse que o maior banco comercial do país prepara-se para voltar a conceder crédito a entidades singulares e às empresas, a curto prazo.

Segundo Zinho Baptista, que em Dezembro de 2016 anunciou a reabertura da linha de concessão de crédito para o primeiro trimestre deste ano, afirmou que tão logo o trabalho esteja concluído "daremos a conhecer os critérios que o BPC desenhou para que os cidadãos e as empresas ocorram a esse produto bancário".

Um banco comercial existe par conceder crédito, se fica sem conceder crédito então não existe, ressaltou o gestor quando falava à imprensa, após encontro com parceiros e bancos correspondentes franceses.

Restruturação do BPC

A grande preocupação com a reestruturação do banco versa sobre a adequação da sua conduta às regras internacionais de boas práticas de gestão corporativa com destaque às questões ligados ao complance ou normas de conformidade.

Para o presidente da Comissão Executiva do primeiro banco de raiz a abrir as suas portas em Angola, a 24 de Janeiro de 1956, actualmente o complance joga um papel fundamental para monitorar e validar as operações bancárias.

Disse que se trata que operações bancárias que decorrem nas diferentes instituições . "Nós Angola também temos uma quota parte". Da nossa parte, prosseguiu, passam várias operações muitas delas conotadas como suspeitas ou até mesmo não autorizáveis.

É preciso passar a ideia que em Angola também se cumprem regras. Mas à semelhança de outros países existem aqueles que não cumprem os preceitos legais, o que não queira dizer que o país esteja em desordem, frisou.

Viemos à França para transmitir essa mensagem, declarou Zinho Baptista, que alertou ao facto das instituições angolanas também estarem sujeitas às regras de complance.

Realçou que a cultura do uso do dinheiro (cédulas) tem que ser reduzida e aos poucos abandonada. "Um individual com excesso de notas à sua disposição poderá usar este dinheiro para caminhos não muito aconselháveis".

Daí, afirmou o gestor do BPC no cargo há sete meses, que dos bancos franceses tivemos o concelho de que é urgente evoluir para a banca digital e electrónica, a fim de permitir monitorizar as operações dos clientes. "Isso não significa cortar a liberdade dos clientes e a sua disposição no uso dos seus bens".

Na óptica do bancário, é simplesmente regular a utilização desses bens para que não potencie o pagamento de operações suspeitas e que configurem lavagem de dinheiro ou potenciem o apoio ao terrorismo.

Desafios do banco

O BPC tem os mesmos problemas que o país, daí a necessidade de estar forte para suportar as vicissitudes que o mercado oferece. Reafirmou a aposta na reestruturação do banco BPC, exactamente, para se adequar às exigências do mercado financeiro e das normas internacionais.

Disse tratar-se de normas de cumprimento obrigatório, sob pena de o banco sucumbir. O BPC já não pode dar-se ao luxo como aconteceu no passado. Considerou que sem as práticas de actuação internacional, da adequação às normas de correção ( em termo de complance), do controlo de risco de crédito e de outros riscos associados ao produto bancário, o BPC não pode sobreviver.

Fruto desse contexto, o BPC tem a obrigação de se adequar às novas práticas e está a fazê-lo muito bem. Assegurou que a instituição bancária tem uma equipa forte e em breve a comunidade conhecerá os resultados do que está a ser feito no banco.