Luanda  - Passados 15 anos da morte de Jonas Savimbi, em combate no leste de Angola, a UNITA ainda reclama do Governo, liderado pelo MPLA, a devolução do património do seu fundador e do próprio partido, avaliado em «milhões de dólares».
 
Fonte: Lusa

A informação foi prestada à Lusa pelo porta-voz da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Alcides Sakala, garantindo tratar-se de património, sobretudo edifícios, do partido e do fundador, Jonas Malheiro Savimbi, cuja morte, a 22 de fevereiro de 2002, levaria pouco mais de um mês depois ao fim da guerra civil no país. 
 

Sem revelar números, Alcides Sakala sustentou tratar-se de um património que «está avaliado em milhões de dólares» e que compreende vários edifícios, não só em Luanda mas em todo o país, como é caso da «Casa Branca» de Savimbi no Huambo.
 

«São os bens do partido adquirido durante todo esse tempo e que, conforme ditavam os acordos de paz, deveriam ser devolvidos à UNITA, o que ainda não aconteceu. O que foi entregue são coisas mínimas», disse o também deputado à Assembleia Nacional Alcides Sakala.
 

Jonas Malheiro Savimbi morreu aos 67 anos, na província do Moxico, acossado por uma ofensiva das tropas governamentais, depois de atingido com 15 tiros. Morreu a lutar, tal como o fizera ao longo da vida, primeiro contra o regime colonial português, depois contra o imperialismo soviético.
 

Ao longo de quase 40 anos perseguiu o ideal de resgatar a etnia ovimbundo, maioritária no centro e leste de Angola, onde nasceu, da tradicional dominação dos kimbundos, dominantes na região de Luanda e centro norte.


Passados 15 anos, o legado histórico e patrimonial da UNITA, segundo Sakala, permanece «bloqueado» pelo Governo angolano, liderado desde 1975 pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
 

O porta-voz da UNITA fala mesmo numa «ignorância do Governo» na resolução desses «casos pendentes».

«Essas questões foram levantadas constantemente, mas infelizmente não tem havido resposta, ignorou-se completamente, até as sedes provinciais que deveriam ser proporcionadas pelo estado também não foi feito, há uma exceção numa ou noutra província», referiu Sakala.

«Muito pouca coisa foi devolvida. O nosso património é avaliado em milhões de dólares, portanto é imenso», concluiu.