Luanda - Os partidos da oposição não dão o benefício da dúvida ao cabeça-de-lista do MPLA às eleições de Agosto e candidato a Presidente da República, João Lourenço, que, na sua primeira intervenção de pré-campanha, apontou o combate à corrupção como uma das suas prioridades.

*Manuel José
Fonte: VOA

A UNITA considera que para tal o MPLA teria de combater-se a ele próprio e a CASA-CE fala em medida eleitoralista, enquanto economistas vêm com bons olhos falar de um assunto que é transversal em Angola.

 

João Lourenço disse na Huila que uma das metas do futuro Governo do MPLA será o combate à corrupção que assola o país.

O deputado e vice-presidente da UNITA chamou a afirmação de "treta”.


''Não acredito nem um bocadinho nisto, são tretas, a corrupção em Angola começa de cima e combater a corrupção significa o MPLA combater-se a si mesmo”, sustentou Raúl Danda, que apontou “o caso do Banco Espírito Santo, em que são citados vários nomes, incluindo o do próprio general João Lourenço, que teriam recebido milhões e não devolveram, as pessoas todas andam envolvidas em corrupção, como é que vão combatê-la?”


Quem também diz ter pouca esperança que esta promessa se concretize na prática é o economista e deputado pela CASA-CE Manuel Fernandes.


''Não tenho esperança nenhuma que se consiga combater a corrupção neste país com este Governo, com estas mesmas pessoas, isto é apenas discurso, um piscar de olho ao eleitor mas as práticas e os vícios desta governação são os mesmos, o general Lourenço é produto desta prática, não acredito que ele venha a combater este mal'', assegurou Fernandes.


Por seu lado, o economista Galvão Branco diz acreditar que a medida anunciada possa vir a dissuadir este tio de práticas.


“Um candidato à sucessão de José Eduardo dos Santos vir a terreiro abordar este aspecto e de forma tão clara isto é extremamente importante, é um facto incontornável que a corrupção provoca desigualdades, na questão dos rendimentos'', considerou Branco, enquanto o presidente da Associação Industrial Angolana, José Severino acredita que “o candidato do MPLA pretendia dizer ser necessário que se faca primeiro um diagnóstico da situação porque este fenómeno não pode ser visto apenas no topo mas também na base, por ser transversal.”.