Pretória - O ambiente continua tenso nas cidades sul-africanas de Pretória e Joanesburgo, onde os residentes mobilizados por grupos de vigilantes pilham e incendeiam casas ocupadas por imigrantes nigerianos, numa alegada guerra contra a venda de drogas e promoção de prostituição.

*Simião Pongoane
Fonte: VOA

Cerca de 30 carros e duas casas foram pilhadas e incendiadas em Pretória por sul-africanos no fim-de-semana.

 

Seis pessoas foram detidas.


Os promotores da violência dizem que não vão desistir da guerra.

 

Os membros da África Diáspora, organização de defesa dos interesses dos imigrantes africanos, apelam ao Governo sul-africano a tomar medidas enérgicas contra a criminalidade e manifestações camufladas de xenofobia nas comunidades.

 

O elevado desemprego que ronda os 26 por cento e a disputa de oportunidades de pequenos negócios são factores que agitam a juventude sul-africana contra emigrantes, sobretudo africanos e, neste caso particular, nigerianos.

 

Mesmo depois da destruição de casas consideradas prostíbulos, prostitutas sul-africanas voltam ocupar os escombros para fazer o continuar o negócio de sexo, alegando que não têm alternativas na economia formal do pais.

 

Os residentes consideram que os agentes da policia são inactivos porque são facilmente subornados por sindicatos do crime pelo que a luta contra a droga e a prostituição continua.

 

Para a África Diáspora, esta é uma forma de xenofobia contra emigrantes africanos pobres.

 

O emigrante moçambicano Richard Moamba, produtor e apresentador de programa musical na rádio pública sul-africana SAFM e que vive na África do Sul há mais de 40 anos, considera que os sul-africanos não têm outra alternativa que não conviver com estrangeiros.

 

Moamba acredita que mesmo o Presidente norte-americano Donald Trump vai ter que mudar de política.

 

O Ministério sul-africano de Assuntos Internos diz que no ano passado houve mais de quatro mil casamentos forjados por imigrantes com sul-africanos visando a obtenção de documentos legais de residência no país.