Luanda - A UNITA, principal partido da oposição em Angola, apresentou um protesto formal ao Conselho Nacional de Comunicação Social em que acusa os media estatais de "tratamento diferenciado".

Fonte: Lusa

A UNITA, principal partido da oposição em Angola, apresentou um protesto formal ao Conselho Nacional de Comunicação Social em que acusa os media estatais de “tratamento diferenciado” na pré-campanha para as eleições gerais.

 

Em nota divulgada esta quarta-feira pelo grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o partido refere ter-se queixado àquela entidade reguladora do setor devido à “postura parcial e de tratamento diferenciado da comunicação social pública em favor do MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola, no poder]”.

 

Em causa está a cobertura noticiosa da pré-campanha para as eleições gerais feita pela Televisão Pública de Angola e pelo Jornal de Angola, que a UNITA acusa de penalizar “as outras formações partidárias, numa clara violação à Constituição e à Lei”.

 

O partido refere ter endereçado, igualmente na terça-feira, notas de protesto às direções daqueles dois órgãos de comunicação social, detidos pelo Estado.

 

Nos últimos dias têm sido divulgadas pelos órgãos estatais, com destaque, as várias iniciativas de campanha do cabeça-de-lista do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) às próximas eleições gerais, o general João Lourenço, nomeadamente os comícios nas províncias da Huíla (sábado) e da Luanda Norte (segunda-feira).

 

O MPLA, no poder em Angola desde 1975, foi único partido até ao momento a divulgar publicamente as listas candidatas (círculos nacional e provinciais) às eleições gerais previstas para agosto.

 

“As iniciativas ora tomadas serão seguidas de outras complementares, procurando pôr cobro à utilização abusiva e escandalosa dos órgãos públicos de comunicação social”, acusa ainda o grupo parlamentar da UNITA, liderado pelo deputado Adalberto da Costa Júnior.

 

Na mesma nota, o partido do ‘galo negro’ exorta o Governo e o partido no poder “a abraçarem atos conformados ao Estado de Direito e deixarem de interferir na gestão da comunicação social pública e no condicionamento do trabalho dos jornalistas” que, afirma a UNITA, são “obrigados a violar a Lei e a deontologia profissionais para salvaguardarem os seus empregos”.

 

Isaías Samakuva, presidente do partido, deverá liderar a lista da UNITA pelo círculo nacional nas eleições gerais deste ano em Angola, concorrendo assim ao cargo de Presidente da República contra João Lourenço, do MPLA.

 

O atual chefe de Estado e líder do MPLA desde 1979, José Eduardo dos Santos, não consta das listas do partido e já anunciou que pretende abandonar a vida política em 2018.