Lisboa - O ministro português da Administração Interna, Rui Pereira, louvou, neste fim-de-semana, em Lisboa, o contributo de cidadãos angolanos que trabalham para o desenvolvimento de Portugal, encorajando-os a continuarem na mesma senda.

Segundo uma nota dos serviços de imprensa do Ministério da Administração Interna, Rui Pereira teceu tais considerações, durante uma “visita-relampâgo” de uma equipa por si encabeçada e integrada também por elementos dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que procedia a verificação e regularização de casos de cidadãos estrangeiros no bairro lisboeta do Terraços da Ponte (conhecido por Quinta do Mocho).

Na mesma ocasião, o Consulado-geral de Angola em Lisboa realizava, igualmente, mais actos consulares junto da comunidade angolana local, momento aproveitado para a saudação “louvável” do governante português, um gesto designadamente registado pela parte angolana, através da Cônsul-Geral, Cecília Baptista (na foto), que presidia actividade.

Dois anos depois de a localidade ter sido o ponto de abertura do ciclo de regulamentação documental junto das comunidades, Cecília Baptista disse ter constatado que muitos cidadãos angolanos tiveram já oportunidades de integração profissional em Portugal, manifestando-se, por sua vez, satisfeita pelo facto de a comunidade angolana continuar a manter “estreita ligação” com Angola, apesar de se ter estabelecida em Portugal.

Afirmando estar o Consulado-geral de Angola em Lisboa aberto à todos os angolanos que queiram resolver a sua situação documental, realçou para a importância de nenhum cidadão angolano na diáspora portuguesa auto-marginalizar-se da integração.

“É confrangedor que haja cidadãos que dizem serem angolanos, mas que não conseguem provar documentalmente”, lamentou, pedindo, porém, aos mesmos que recorreram junto do Consulado-geral, por ser imperioso que a integração em Portugal se faça “sem sobressaltos”.

Durante o acto, em que centenas de angolanos residentes naquela localidade puderam tratar dos seus documentos, a jurista angolana Olinda Webba apresentou uma palestra denominada “juventude imigrante versus conflitos com a lei”, uma dissertação pedagógica dirigida a esta camada da diáspora angolana, para quem, no dizer da Cônsul-Geral, “incidirá a nossa grande preocupação, no que concerne à sua eficaz integração interligação cultural e histórica com o país”.

Olinda Webba pediu aos jovens que se consciencializassem dos problemas por que a sociedade do país de acolhimento (Portugal) vive, mas que este não fosse a razão para que se desviassem dos padrões de vida aceitáveis, apelando-os para que não permitissem a participação em actos criminosos, sobretudo, numa altura em que os níveis de crimes praticados por jovens em Portugal tem aumentado de forma assustadora.

Nesta vertente, apelou á um maior acompanhamento dos jovens por parte dos progenitores, porquanto, “a educação dos filhos não deve ser entregue somente à escola”.

Recorde-se que os actos consulares junto da comunidade angolana na capital portuguesa, inaugurados há dois anos, permitiram já que milhares de angolanos tenham já resolvido a sua situação estando, neste momento, inseridos no mercado de trabalho.

Pelo seu resultado positivo, o Consulado alargou intemporalmente o projecto, para permitir que nenhum angolano viva indocumentado em Lisboa, em particular, e em Portugal, em geral, evitando assim a sua exclusão social.

Fonte: Angop