UNIÂO NACIONAL PARA A INDEPENDÊNCIA TOTAL DE ANGOLA 
SECRETARIADO PROVINCIAL DA HUÍLA
GABINETE DO SECRETÁRIO
 
Caras huilanas e huilanos;
Prezados Senhores Jornalistas;
Minhas Senhoras e meus Senhores.
 
Infelizmente, por maus motivos, ao longo do último fim-de-Semana, o Lubango, a capital da nossa Província da Huíla, foi destaque no espaço mediático, sobretudo nos órgãos de comunicação social públicos, sustentados com o dinheiro de todos angolanos, para variar, brindaram- nos com uma abusiva e enjoativa transmissão em directo, de um acto de interesse exclusivo dos membros do MPLA, o único partido responsável pela corrupção e pelas sucessivas crises que Angola tem vivido durante os 42 anos da sua desgovernação.
 
 
De abusos em abusos, milhares de huilanos e, não só, foram coagidos e forçados a participar do acto dito de apresentação do actual Ministro a Defesa nacional e Vice-Presidente do MPLA, enquanto seu cabeça-de-lista para as eleições deste ano.
 
 
Mercados foram fechados, Professores, alunos, enfermeiros, em suma todos os funcionários públicos foram intimados a comparecer ao Largo Dr. Agostinho Neto, sob ameaças de sofrerem represálias.
 
 
Na mesma senda, a todos os funcionários com cargos de direcção está- se-lhes a ser exigidos que contribuírem com o montante de um salário, sob a ameaça de serem despromovidos, ou mesmo perderem os seus empregos.
 
 
Encorajamos a todos a resistir na defesa dos seus interesses. O salário, como meio retribuição do trabalho prestado é sagrado e é inaceitável que seja objecto extorsão ou de chantagem barata.
 
 
Para constituir a sua plateia, das Províncias de Benguela, Namibe e Cunene e de alguns pontos da Huíla, foram transportados milhares de angolanos, seguramente forçados, pois que em muitos casos em camiões articulados ou basculantes, como se de inertes ou de gado se tratasse, sob o olhar cúmplice e acção conivente do Comando Provincial da Polícia Nacional na Huíla, que não só escoltou a várias colunas vindas, até as vindas de outras províncias, mas também, orientados pelos seus “zelosos” superiores hierárquicos, limitaram abusivamente o direito de livre circulação de pessoas e bens, submetendo à revistas, nos pontos de acesso da cidade, todos os cidadãos que vinham ao Lubango e que não se identificassem com actividade do MPLA, ora barrando ruas na cidade!
 
Foi uma autêntica vergonha!
 
Queremos saudar a postura vertical apresentada pela esmagadora maioria de huilanos e de huilanas que não se deixaram intimidar que com a sua marcante ausência romperam com as amarras do medo.
 
Para os munícipes do Lubango, o Sábado passado foi um como todos outros, ficaram nos seus bairros, nas suas casas e com as suas famílias!
 
Nesta senda, saudamos, todos os grandes, sobretudo as classes dos enfermeiros e a dos professores do Lubango, com cujas causas e lutas nos solidarizamos.
 
Minhas senhoras e meus senhores;
 
De resto, foi o pronunciamento enfadonho e contraditório do Gen. João Lourenço.
 
O cabeça-de lista do MPLA para as eleições de Agosto, falou muito e não disse nada.
 
Revelou-se desconhecedor de questões elementares sobre o país e, pior que isso, não foi capaz de alinhavar um programa claro e coerente para alteração do calamitoso estado actual sócio-económico que o país atravessa.
 
 
Numa clara aprovação e alinhamento com as suas maléficas políticas e práticas do pai da corrupção, do nepotismo e de todas crises, quando se esperava dele uma roptura, pelo menos no plano discursivo, João Lourenço fez rasgados elogios ao Presidente dos santos, como que a prometer manter exactamente a mesma linha, caso viesse a ser eleito!
 
Sem eloquência, nem carisma, falou de um pretenso desenvolvimento num país com a mais alta taxa de mortalidade e baixa taxa de escolarização, num país dos mais corruptos do mundo, num país com infraestruturas das mais degradadas, até no âmbito da SADC...
 
Ao falar da educação, destacou a qualidade dos professores, como que se os nossos professores não a tivessem, omitindo ostensivamente que o Executivo de ele é parte, ao longo dos 42 anos de desgovernação não criou condições laborais, salariais, sociais e outras que visassem a valorização da classe.
 
O governo da UNITA vai fazer diferente. A nossa visão de Angola é na sua essencial antropológica. O professorado estará de entre as classes mais valorizadas, pois dela depende o desenvolvimento.
 
Na sua contradição radical, João Lourenço passou a elencar uma série de disfunções do executivo de que é ministro, reconhecendo não haver bases mínimas para o tal seu desenvolvimento.
 
Reconheceu haver um péssimo ambiente de negócios, a corrupção, sobre esta de que falaremos a fundo e a largo mais adiante, falou das grandes potencialidades do país, em termos de recursos naturais, dos sectores da agricultura, das pescas e no sector do turismo todos eles em estado de agonia como resultado das políticas erráticas dos seu MPLA.
 
No que diz respeito a governação, João Lourenço falou da necessidade de se valorizarem os municípios, dando-lhes uma certa autonomia. Esta abordagem já está a ser experimentada em Luanda, onde os municípios, para efeitos orçamentais são tratados em pé de igualdade com as províncias, sem que no entanto se verifiquem melhorias até no saneamento básico.
 
Trata-se da desconcentração do poder, exactamente o oposto da proposta concreta da UNITA.
 
Na desconcentração há problemas de sobreposição ou de conflito de competências, pois que o poder de facto fica sempre concentrado na pessoa do Presidente da República que nomeia os Governadores Provinciais, bem como os Administradores Municipais. Não prestam contas aos cidadãos, mas sim a quem os nomeou!
 
Contrariamente, a UNITA preconiza efetivar o princípio da descentralização do poder com a criação, já em 2018, das Autarquias Locais, entes colectivos territoriais autónomos do poder do estado que visam a prossecução de interesses específicos resultantes da vizinhança, através de órgãos representativos próprios, igualmente eleitos e fiscalizados pelas respectivas comunidades.
 
Minhas Senhoras e meus Senhores.
 
O Gen. João Manuel Lourenço falou também da corrupção e fê-lo estabelecendo uma fronteira rígida entre esta e a criminalidade!
 
Só podia mesmo ser uma rara tirada humorística de João Lourenço, cuja personalidade é marcadamente muito fria e apática!
 
Mesmo reconhecendo ambas como obstáculos ao desenvolvimento do país, o certo é que este é um refrão de uma música que os angolanos já não querem mais ouvir, muito menos dançar.
 
Estamos todos recordados do lugar que o presidente dos Santos reservava ao combate a corrupção: Era a sua segunda prioridade, depois da guerra que assolava o país.
 
Terminado o conflito armado, do qual O Eng.o José Eduardo dos Santos emerge como o grande vencedor, o mesmo é o maior perdedor da corrupção de que é ele mesmo o principal autor, cultor e beneficiário.
 
 
 
Todos os dirigentes do MPLA, incluindo João Lourenço e o seu apagado colega de corrida, o Dr. Bornito de Sousa, um grande intelectual, que infelizmente tem desiludido bastante por desprezar a dimensão ética na vida política, pois que, mesmo depois da sua designação a tal lugar, enquanto Ministro da Administração do Território, continua a conduzir o processo do Registo Eleitoral, já de per si eivado de inconstitucionalidades e de inúmeras irregularidades, dizia, todos eles, por acção ou por omissão estão comprometidos com a corrupção, portanto, qualquer um que seja, representa a continuidade dos mesmo males.
 
 
O actual regime não pode combater a corrupção, muito menos tem vontade de a combater, conquanto nela se funda.
 
 
Ao longo do tempo criaram um complexo de leis, Lei da Autoridade Alta Contra a Corrupção; Lei da Probidade Pública, por exemplo, anunciaram iniciativas Tolerância Zero e, a verdade é que todas elas não passaram de meras intenções.
 
 
Voluntariamente publicou os seus bens, o que João Lourenço não faria, ou se o fizesse, teria muito que esconder. Os milhões que terá recebido do BESA ou outros bens e interesses de que beneficiou no âmbito da política da acumulação de capital, arquitetada pelo ainda seu líder, para beneficiar os dirigentes do seu partido, não os declarava, com certeza!
 
Minhas Senhoras e meus Senhores.
 
A UNITA, enquanto plataforma nacional conta com o contributo de todos os angolanos de todas as tribos, raças e credos propõe-se a cumprir a maior missão histórica do nosso tempo: Resgatar o Estado sequestrado por interesses de um pequeno grupo de famílias, o que o tornou explorador e predador e juntos procedermos a sua profunda reforma e torna-lo numa pessoa de bem.
 
O Presidente Isaías Ngola Samakuva, que presidiu os destinos da UNITA na sua fase mais difícil é um homem de cuja integridade e honestidade são inquestionáveis. É dedicado, organizado e competente.
 
 
O Presidente Isaías Ngola Samakuva, um exímio político e diplomata está preparado para pôr a sua vasta experiência ao serviço de Angola.
 
Ele é o candidato de Angola; é o futuro Presidente da República de Angola.
 
 
A UNITA vai combater a corrupção, promovendo, nos marcos da Constituição e da lei, processos sérios, transparentes e justos tendentes a normalizar a vida do país, oferecendo a todos acumuladores de capitais uma possibilidade real e segura de legitimar as suas fortunas, encorajá-los a investir na economia do país, de modo a criarem empregos em Angola, pagar impostos em Angola e multiplicar as suas fortunas.
 
 
2017, é para todos os angolanos o ano em que, mais do que nunca têm nas suas mãos o poder efectivo de protagonizar a alternância do poder, eleger um governo legítimo, por si controlado que efectivamente esteja ao seu serviço.
 
 
2017, é o ano da realização de velhos sonhos de várias gerações que se bateram pela independência, das actuais gerações cujos sonhos foram sendo adiados ao longo dos 41 anos de desgovernação do MPLA.
 
 
2017, é um ano decisivo que vai definir o futuro de Angola e das gerações vindouras.
 
Grato pela vossa atenção!
 
Lubango, aos 21 de Fevereiro de 2017.-
 
Alcibíades Kopumi ________________________________
 
Secretário Provincial
&
*Membro do Comité Permanente da Com. Política*