Lisboa - O empresário luso-angolano Álvaro Sobrinho está a ser investigado pelas autoridades das Ilhas Maurícias, num caso que está a incendiar os ânimos naquele país africano. A oposição está a questionar a relação entre o investidor do Sporting e a chefe de Estado do país, bem como as licenças obtidas por Sobrinho para operar dois fundos de investimento naquela economia.

Fonte: Jornal Economico

Na imprensa e nos meios políticos, o caso está a gerar forte atenção. Segundo o L’Express, as autoridades estão a averiguar a atuação de Sobrinho através da Fundação do Instituto do Planeta Terra, criada em parceria com a presidente do país, Gurib-Fakim, e a aprovação, pela Comissão de Serviços Financeiros, de duas licenças para dois fundos de investimento do empresário, quando o próprio banco central das Ilhas Maurícias tinha rejeitado antes uma licença bancária ao luso-angolano.

 

O L’Express escreve que os movimentos de Sobrinho “são comuns” nas Maurícias, depois de ter criado o instituto com o apoio da Presidente. A proximidade com a chefe de Estado é questionada: quando, em novembro, Gurib-Fakim esteve no centro de uma controvérsia devido às suas viagens ao exterior, a fundação publicou na primeira página de vários jornais anúncios de apoio à presidente.

 

Todos estes casos fizeram com que a Unidade de Inteligência Financeira, a Comissão Independente contra a Corrupção e o Ministério da Boa Governação tenham iniciado averiguações em relação a Sobrinho, antigo presidente do BES Angola e com interesses em Portugal, nomeadamente no Sporting.

 

Os jornais das Ilhas Maurícias recordam os processos judiciais em que o empresário esteve envolvido. De resto, a polémica nas Ilhas Maurícias acentuou-se com a publicação, em Portugal, de um artigo recente do Correio da Manhã, que teve acesso a um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa relativo ao caso BES.

 

De acordo com o jornal, o ex-presidente do Banco Espírito Santo Angola (BESA) é suspeito de ter desviado 500 milhões de dólares, o equivalente a 471 milhões de euros, do banco. O Ministério Público (MP) estará a investigar a apropriação de fundos por parte de Álvaro Sobrinho para si próprio e para terceiros