Luanda - O líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) disse hoje, na província de Benguela, que o ambiente político vivido até aqui não corresponde a um clima conducente a eleições "livres, justas e transparentes".

Fonte: Lusa

Abel Chivukuvuku discursava na abertura da primeira reunião do Conselho Consultivo nacional da segunda maior força da oposição angolana, que visa a estruturação da CASA-CE para a disputa nas eleições gerais de Angola, em agosto deste ano.


O político disse entender que, "se houver vontade política, as anomalias atuais podem ser corrigidas" e podem ser melhorados os padrões de execução das tarefas relacionadas com o processo eleitoral.


"Nós estamos abertos e prontos para colaborar com as instituições públicas, que têm responsabilidades eleitorais", referiu.


Segundo Abel Chivukuvuku, para que "haja transparência no processo, é fundamental garantir lisura; contagem e publicação dos resultados nas assembleias de voto e ao nível municipal; acesso igual de todos os representantes dos candidatos às salas de escrutínio a todos os níveis e atendimento igual e atempado a todas as reclamações sobre eventuais irregularidades".


Para Abel Chivukuvuku, o tratamento igual a todos os concorrentes, leis justas e aplicação coerente das mesmas são pressupostos que conferem igualmente eleições "verdadeiramente justas".


"A comunicação social pública não pode continuar a discriminar e a promover desavergonhada e ilegalmente, o candidato do partido no poder, em detrimento dos demais. Para que haja justeza, os órgãos eleitorais têm de ser verdadeiramente independentes", apontou o político, reiterando a principal crítica dos partidos da oposição nos últimos tempos.


Num olhar sobre o país, há 42 anos independente e há 15 anos em paz, Abel Chivikuvuku considerou um imperativo a mudança em Angola, um país "potencialmente muito rico", mas com a "maioria da sua população pobre, devido à má gestão, a corrupção e a insensibilidade".


"A mudança é um imperativo, por causa dos jovens angolanos, a quem foram coartadas as oportunidades e as possibilidades de verem os seus sonhos realizados de estudo, de habitação, de emprego", disse.


Acrescentou que a mudança é um "imperativo urgente, por causa de um elevado número de mulheres angolanas que perdem a vida no parto, por falta de assistência médica e medicamentosa adequada, bem como pela vida difícil que levam como camponesas, vendedoras de praça, zungueiras (venda ambulante) e trabalhadoras domésticas, mas sempre no ciclo da pobreza".


Abel Chivukuvuku está em Benguela, litoral sul de Angola, para, no Conselho Consultivo Nacional, procurar aprofundar o entendimento da coligação sobre as expectativas dos vários segmentos do eleitorado, reavaliar os planos e programas de pré-campanha e afinar a estrutura e instituições de pré-campanha.