Zaire - De um tempo pra cá se tem notado que muitos políticos... quando estão no exterior, lá no ocidente, dizem outra coisa, mas quando voltam aqui na banda (Angola) dizem outra coisa, quer dizer lá fora, para dar a impressão que são democratas e que cumprem com as regras democráticas, têm um discurso que visa alegrar os ocidentais. Mas na realidade essa democracia que eles dizem lá no ocidente ser uma prática... em comparação com os modus vivendi e operandi destes políticos aqui no país, se nota claramente que há uma contradição entre o discurso e a prática, e também há uma contradição entre o discurso usado pelos mesmos quando estão num país do ocidente e o discurso que usam quando estão aqui no país.

Fonte: Club-k.net

Numa entrevista à RFI (Rádio França Internacional), o Isaías Samakuva tivera dito que iria abandonar a liderança da UNITA depois do sufrágio, nesta entrevista para dissipar quaisquer dúvidas sobre o seu abandono a liderança da UNITA, tivera afirmado taxativamente o seguinte: "perca ou ganhe, vou deixar a liderança da UNITA depois das eleições". A RFI fez essa entrevista ao Isaías Samakuva no dia 31 de Janeiro de 2017. Em função destas declarações o Samakuva tivera deixado "bem claro" que após as eleições em Agosto deixaria a liderança da UNITA.

 

Mas depois no dia 10 de Março de 2017, no espaço "especial eleições" do Novo Jornal (um programa semanal que visa entrevistar diferentes atores políticos do país), o Isaías Samakuva, afirmou que deixaria o lugar de presidente da UNITA, se ganhar as eleições.

 

Na RFI o Samakuva disse que qualquer resultado que obtivesse nas eleições de Agosto deixaria a liderança da UNITA. Mas depois na entrevista realizado pelo Novo Jornal já diz que deixara a liderança da UNITA, caso vença as eleições. Há uma contradição, há um dito pelo não dito do Isaías Samakuva (IS). Pois se na RFI disse que qualquer resultado que obtivesse deixaria a liderança da UNITA, mas depois na entrevista no Novo Jornal ele coloca um condicionalismo, para que deixe a liderança da UNITA, pois diz que só iria deixar de ser o presidente da UNITA caso a UNITA vencesse as eleições, quer dizer em caso de uma derrota nas eleições de Agosto, o mesmo continuará a ser o presidente da UNITA.

 

Esta atitude do Isaías Samakuva, pra quem diz a todos cantos do mundo que é o mais "democrata" em Angola é errada. E essa atitude é uma prova do quão o IS é incumpridor das suas palavras, se o mesmo fosse um democrata como ele diz ser, terá que cumprir com o que disse na RFI.

 

Essa atitude do Isaías Samakuva, em dar o dito pelo não dito é uma prova da dualidade do discurso de políticos na oposição. Recuando um pouco atrás, se chega a concluir que esta atitude de Isaías Samakuva, também foi uma prática de Jonas Savimbi. Pois o Jonas Savimbi quando estivesse no ocidente tinha um discurso mais democrático, mas uma vez em Angola tinha um outro discurso... mas depois teve o fracasso. E esse caminho que o IS insiste em seguir tem levado ao fracasso da UNITA. Enfim se exige dum político a coerência. E a politica sem ética leva a ruína.