Luanda  - Os canais portugueses “SIC- Notícias” e “SIC- Internacional”, foram suspensos da plataforma ZAP, detida por Isabel dos Santos, a primogênita do Presidente José Eduardo dos Santos. O facto foi verificado esta amanha pelos telespectadores que no lugar do canal 17, viram preenchido pelo canal “Band News”. Aos consumidores a ZAP tem estado a transmitir que por questões contratuais a SIC Noticias já não faz parte da grelha”.

 
Fonte: Club-k.net
 
Quadro  do MPLA diz que a  SIC tem uma postura discriminatória quanto a Angola
 
 “Com a supressão da Sic Notícias e Sic Internacional, da plataforma da Zap, detida por Isabel dos Santos, ficamos igualitos aos norte-coreanos. Só nos dão a consumir aquilo que o regime escolhe”; considera o veterano jornalista angolano Graça Campos, através das redes sociais.
 
 
A  SIC é vista como uma cadeia de televisão que não goza da simpatia do regime de Eduardo dos Santos por denunciar escândalos de corrupção, agressões praticadas pela Polícia Nacional contra o povo  e outros abusos de poder.
 
 
O regime interpreta as reportagens da SIC como “falar mal do regime” ta como espelha a  reação de um alto  dirigente da JMPLA, África Alfredo “Amor África”, que pelas redes sociais acusa a SIC de ter uma postura discriminatória quanto a Angola.
 
 
“Pelo que parece, a Sic notícias está a ser banida das nossas redes de televisão. Por um lado fico triste por ser um canal com alguns bons programas e muito actualizada , mas por outro lado "a ser verdade" não crítico a suposta decisão, pois , a SIC tem uma postura discriminatória quanto a Angola, e um jornalismo em nada imparcial . Já não somos colônia, mais respeito pelo Estado angolano”, lamentou o politico e filho de um malogrado deputado, que em vida,  era próximo  da corrente de apoio a   José Eduardo dos Santos. 
 
 
Em período eleitoral, a SIC é o único canal de TV que as autoridades angolanas recusam conceder visto de entrada aos seus jornalistas alegadamente com receio de que possam reportar ou abordar denuncias de irregularidades e manipulações  eleitorais  que geralmente ditam a alteração de  votos, em favor do MPLA.
 
 
Até 2014, o regime tentou uma aproximação com a SIC, resultando numa encomendada entrevista em exclusivo ao Presidente José Eduardo dos Santos e ao seu “vice”, Manuel Vicente, conduzida pelo jornalista luso-israelita Henrique Cyberman. Neste período,  o regime angolano  exigia que a SIC cessasse de dar espaço a opositores  e a lideres  políticos da oposição nacional.   O veterano jornalista português Mário Crespo chegou a perder o seu emprego por dar espaço ao defensor dos direitos humanos,  Rafael Marques de Morais. 
 
 
"Tive uma carta do diretor de informação da SIC a proibir-me de levar o Rafael Marques ao meu jornal", denunciou, na altura,  Mário Crespo, referindo-se ao jornalista e ativista dos direitos humanos em Angola.
 
 
As “relações” entre a SIC e o regime angolano, agravaram-se depois de há duas semanas esta televisão portuguesa  ter apresentado uma reportagem investigativa mostrando transferências de milhões de dólares feitas por  colaboradores do Presidente Dos Santos, para o Dubai que resultaram na falência do banco BESA. 
 
 
“A 3 de Março do ano em curso, a SIC Notícias transmitiu o terceiro e último episódio de um trabalho investigativo intitulado "Assalto ao Castelo" no seu programada a Grande Reportagem, viajando até ao Dubai, numa filial do Banco Espírito Santo (BES) e expondo um mapa de um dos maiores escândalos financeiros que assolou Portugal e Angola, envolvendo altas figuras políticas do governo Angolano.”, lembra o jornalista e  activista  angolano Pedroski Teca.
 
 
A reportagem irritou o regime que através dos seus funcionários   como Luís Fernando  (gestor da empresa de comunicação dos generais da presidência) e o luso angolano Victor de Carvalho (numero dois do diário estatal), saíram em defesa do saque ao erário público  acusando Portugal de um complexo associado a descolonização.