Luanda - A oposição angolana tem feito uma jogada de charme junto de activistas e independentes com vista à inclusão de alguns deles nas suas listas para as eleições de Agosto.

*Coque Mukuta
Fonte: VOA

Oposição angolana pisca o olho a activistas e independentes

Personalidades como Sindiangane Mbimbi, antigo presidente do PDP-ANA, o advogado David Mendes, o general Silva Mateus e o presidente da Associação 27 de Maio, José Fragoso, podem constar da lista de candidatos da UNITA como independentes.

 

Já a CASA-CE, “pisca o olho” aos músicos Barceló de Carvalho (Bonga) e Waldemar Bastos, assim como Luísa Rogério, antiga secretária geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos.

 

Alvo também das sondagens, os activistas Domingos da Cruz, Sedrick de Carvalho, Arante Kivuvu, Luaty Beirão, Nito Alves e Nuno Álvaro Dala disseram à VOA não terem qualquer pretensão de constar de qualquer lista.

 

Eles consideram que a decisão é individual, mas Nuno Álvaro Dala é peremptório ao afirmar que tem muito para contribuir enquanto activista.

 

“Entendo que primeiro deve ser a cidadania e depois o político, por isso caso eu aceitasse ser deputado o activismo sairia a perder”, explica.

 

Para Nito Alves, o Parlamento não o representa porque, sublinha, “primeiro precisamos de implantar um Estado democrático”.

 

Por sua vez, Luaty Beirão entende que pelo andamento do processo eleitoral, no qual nem os políticos acreditam, preferiu não fazer o registo eleitoral e, portanto, não poderá votar.

 

“Preciso primeiro acreditar em alguma coisa e não participar num pleito no qual nem os próprios políticos da oposição acreditam, eu não vou fazer filme, não posso fazer teatro”, diz.

 

Para o activista e escritor Domingos da Cruz “na ditadura não, mas quando Angola for democrática, poderei ser o que for possível”.

 

Quem não considera o Parlamento uma instituição democrática e, por isso, “não aceitaria qualquer convite”, é o também activista e jornalista Sedrick de Carvalho.