Lisboa -  O Plenário da CNE, reuniu,   nesta terça-feira 28, na sua 3ª sessão ordinária, que teve lugar na província do Huambo onde entre vários pontos apreciou  a decisão do Relatório de inquérito da Comissão Provincial do Huambo, sobre as suas viaturas que estavam a ser usadas para transportar  militantes do MPLA,  aos comícios partidários. 

 
Fonte: Club-k.net
 
Viaturas da CNE usadas para apoiar comício do MPLA no Huambo 
 
Ao falar a imprensa, a porta-voz daquele órgão Júlia Ferreira admitiu que souberam da ocorrência através de fotografias partilhadas nas redes sócias. Por conseguinte aquela  responsável da CNE saiu em defesa do MPLA, justificando que tratou-se de uma avariada que estava aos cuidados de um mecânico e que este por sua conta própria fez uso da mesma para transportar os militantes que iam ao comício de “um certo partido”. 
 
 
Durante a sua intervenção a porta voz da CNE, Júlia Ferreira  evitou em momento algum citar o nome do MPLA quando falava do assunto das viaturas.  Ferreira dizia  apenas que a viatura foi usada para transportar militantes de um “certo partido politico”. A medida da CNE em ocultar o nome do MPLA, neste escândalo eleitoral,    é vista como uma iniciativa  destinada a preservar a imagem do partido, sobretudo numa altura em que a sociedade angolana tem levantado duvidas quanto a transparência e idoneidade deste  órgão  que tem  a missão de organizar as eleições em Angola.
 
 
A constituição angolana determina que a CNE, nos termos do artigo 107º da Constituição da República de Angola, é um órgão independente que organiza, executa, coordena e conduz os processos eleitorais e que por esta razão é uma entidade administrativa não integrada na administração directa e indirecta do Estado.
 
 
Na pratica a CNE tem actuado  em violação ao artigo 107º. Da constituição.  Por exemplo, na véspera  das eleições de 2012,  dois oficiais militares da Casa Militar foram   colocados como consultores da CNE o que evidenciava que este órgão eleitoral estava a ser conduzido pela Presidência da República. Tratavam-se do Tenente-General Rogério José Saraiva e o Coronel Anacleto Garcia Neto, ambos técnicos especializados em comunicações e engenharia.
 
 
Em finais de Junho  de 2012, estes dois consultores da Casa Militar viajaram para Espanha, numa delegação chefiada pelo então responsável da CNE, Edeltrudes Costa que acertou com uma empresa espanhola INDRA a feitura dos boletins de voto e outros elementos da logística eleitoral para o   dia 31 de Agosto de 2012.  De recordar que a  INDRA é a empresa que tem a reputação de  ajudar a alterar resultados eleitorais a favor de  regimes  autoritários na américa latina e em  África.
 
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