Luanda - Os 160 trabalhadores da empresa de Transportes Marítimos de Angola (TMA Express) vão iniciar uma greve na quarta-feira se a empresa não garantir o pagamento dos 10 meses de salários e subsídios em atraso.
Fonte: NJ
Em causa está, segundo contaram vários trabalhadores, um longo período em que procuraram junto da administração da empresa uma solução para receberem os salários e subsídios, "sem nenhum resultado".
A TMA opera os catamarãs que ligam o porto de Luanda a Benfica e Cacuaco.
Perante este cenário, sem verem a luz ao fundo do túnel, os trabalhadores, que não têm representação sindical na TMA Express, reuniram "o consenso possível" e deram até quarta-feira para que a empresa se pronuncie, garantindo uma greve por tempo indeterminado.
Confrontado com este cenário, o director-geral da TMA Express, Carlos Marçal, explicou que não poderia prestar declarações. "Temos procedimentos que devem ser respeitados, não posso falar sem antes ver uma carta a solicitar à entrevista", frisou, apesar de lhe ter sido feita uma descrição da situação e das ameaças dos trabalhadores.
De acordo com os funcionários, que pediram para manter o anonimato, a empresa deve dez meses de salários e os subsídios de férias e Natal dos anos 2014 e 2015, tendo sido pagos os subsídios de 2016.
"Estamos há dez meses sem os nossos salários e fomos ameaçados para não dar entrevistas a nenhum órgão de comunicação social. Aqui ninguém pode falar porque somos intimidados sempre que estamos a reivindicar os nossos direitos. Temos colegas que foram despedidos sem saber a causa do despedimento", descreveu um dos trabalhadores que falaram sobre a situação na empresa.
A falta de satisfações por parte da da TMA Express está a preocupar os trabalhadores, porque temem que o silêncio signifique que não há condições para receberem os salários e os subsídios em dívida.
"Temos colegas que regressaram às casas das suas mães devido à falta de dinheiro para pagar as rendas", lamentou ainda outro funcionário da TMA Express.