Cabinda - É com a preocupação que os ativistas dos Direitos Humanos em Cabinda vêm, com devida vénia, manifestar a triste recompensa e tragédia do Povo Cabindês martirizado durante quatro décadas de neo-colonização angolana de Cabinda, que data desde o mês de Novembro de 1974.

Fonte: Club-k.net

ASSOCIAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DOS DIREITOS HUMANOS

No desenrolar de todo o tempo que o Governo Imperial de Grande-angola (Angola e Cabinda) implantou a sua política genocídio cultural do Homem Cabindês, pelos seus mercenários, instalaram-se, em Cabinda, os seguintes males:

a) Uma época de aventuras guerrilheiras;

b) A implantação de ditaduras militares sanguinárias;

c) Uma política de contornos fascistas e nazistas.

d) Incessantes intimidaçoes;

e) Várias atrocidades contra civis.

 

Como tudo carece de vontade política da parte do Estado Colonizador de Angola, houve uma engrenagem imperial que oprime os Cabindeses na sua própria terra ocupada pelas forças do mal provinda de Grande-angola.

 

Os acordos de Namibe com os efetivos dissidentes da FLEC para lhes conceder postos de trabalhos em detrimento de legítimas inspirações do Povo de Cabinda que só seriam realizadas em negociações sérias com os membros da Sociedade Cívica e Política de Cabinda nas quais seriam esclarecidos, estatutariamente, os direitos e deveres dos Cabindas.

 

Aliás, o homem histórico de Cabinda continua a ser vítima da barbaridade do neocolonialismo angolano tal como tinha sofrido a colonização portuguesa, após a recusa desta nação de retirar, em 1960, as suas tropas de Cabinda, aquando do discurso do Vice-presidente do Congo Brazzaville, Stephane Tchitchelle, na tribuna das Nações Unidas.

 

O sentimento imperialista, que permanecera residualmente nos angolanos colonizados pelos portugueses, emergiu, numa falta de consciência do Povo de Angola, como um sistema de opressão generalizado e, por isso, houve a militarização de corporações armadas, serviços de segurança e da Casa Militar ou outros serviços causando execuções sumárias dos filhos de Cabinda, tanto dentro como fora deste território ocupado.

 

No infortúnio de uma estratégia agressiva, com o propósito do saque das riquezas naturais de Cabinda, João Lourenço, o actual cabeça de lista do MPLA, tinha dito mais alto outrora o que muitos diziam mais baixo que construir porto ou aeroporto internacional em Cabinda é a mesmíssima coisa que dar a independência aos Cabindas.

 

Os Angolanos sabem pertinazmente bem que Cabinda nunca foi Angola e, por esta razão, assistem a deterioração da situação socio-económica denegando todo projeto de investimento que pode encorajar e facilitar o desenvolvimento sustentável de Cabinda. Numa palavra resumida, essa situação monstruosa, eles tiram os maiores proventos desta pequena e rica terra e não investem na miséria para aos auctóctones.

 

Para destruir as estruturas de dominação e de dura repressão criadas pela neocolonização angolana de Cabinda numa maior afronta à humanidade, sobreveio, em Cabinda, a ADCDH – a Associação para o Desenvolvimento da Cultura dos Direitos humanos – na participação da consciencialização do Povo Cabindês numa luta revolucionária pacífica em defesa de direitos do homem e dos povos oprimidos contra os crimes contra a humanidade para exterminar os nacionalistas Cabindeses.

 

É assim que todas as tentativas empreendidas no sentido de não aceitar a presença de ADCDH, no figurino político local, sob jugo colonial do império Angolano, estão, ao contrário, a dar um oxigénio em busca de gigantescas acções de protesto nacional e internacional.

 

Daí que a ADCDH apela ao Povo Cabindês a abster-se das eleições angolanas por que não somos tidos nem achados nas distribuições das riquezas e não só.

Cabinda, aos 3 de Abril de 2017.