Luanda  - O jornalista Carlos Alberto, da rádio Luanda Antena Comercial (LAC), acusa o director de informação da emissora, José Rodrigues (na foto), de o ter despedido sem justa causa, como retaliação pelo facto de se ter recusado a "censurar" matérias e a cumprir orientações partidárias: "Tinha de falar bem do MPLA".

Fonte: NJ

"Tinha de falar bem do MPLA"

De acordo com Carlos Alberto, o director de informação da LAC obrigava-o a censurar matérias, e a fazer publicações nas redes sociais a favor do MPLA.


"Creio que fui demitido pelo facto de exigir imparcialidade e honestidade nas minhas análises nas redes sociais e nas matérias", disse o jornalista ao Novo Jornal online, garantindo que não lhe foram apresentadas razões concretas para justificar o afastamento da emissora, comunicado durante a tarde de hoje.


"Não recebi absolutamente nada dos recursos humanos da rádio. Estou sem entender os motivos que levaram o senhor José Rodrigues a afastar-me da LAC", revela Carlos Alberto, que diz ter sido destratado pelo director e escorraçado com palavrões.
"Tenho uma gravação como comprovativo da minha defesa. Não fiz nada àquele senhor", insiste o repórter, de dedo apontado ao responsável de informação da rádio.


"Ele obrigava-me a censurar as matérias. Tinha de falar bem do MPLA e, como recusei várias vezes, fui conotado e comecei a ser maltratado pelo José Rodrigues", afirmou, acrescentando que esta é uma reacção que se tem repetido no seu percurso.


"No tempo que passei pela RNA, TPA e RTP também sofri coisas do género. Sou apartidário e não entendo esta perseguição do MPLA contra a minha pessoa", disse, acusando ainda o jornalista Gonçalves Ihanjica de ter pedido ao então correspondente da RTP, Paulo Catarro, para expulsá-lo do canal luso.


Perante este cenário, o Novo Jornal Online contactou o director de informação da LAC, José Rodrigues, que disse não estar ainda preparado para falar sobre o caso.