Benguela - Os antepassados possuíram a terra, cultivavam-na e o produto do labor repartiam-no equitativamente sem distinção. Todos os habitantes viviam em paz e harmonia. Subitamente, apareceu um impostor, ardilosamente começou como pacificador e íntegro. Passado algum tempo, ocupou toda parcela.

Fonte: Club-k.net

Porém, os mais velhos nativos uniram-se e construíram uma "fortaleza defensiva" contra um inimigo comum. Apesar de algumas vitórias, o “amigo pacificador” continuava imbatível.


Mais tarde, os descendentes dos proprietários originários da terra continuaram lutando pela reconquista do património perdido. Primacialmente, voltaram a unir-se mas sem sucesso. Pois, os perfis eram incompatíveis, não se entendiam, todos pretendiam o ego. Desesperadamente, entre traições, ambições e hipocrisia enfraqueceram o colectivo. Todavia, apenas um dos descendentes apegou-se de tudo. Expulsou os demais e auto-intitulou “senhor dos senhores”.


O novo proprietário indígena estabeleceu relações amistosas com pessoas estranhas que ludibriaram-no maliciosamente.


Depois de ler os sinais do tempo, de ser humilhado e explorado, chamou os outros co-proprietários que apesar de tarde, aceitaram mas cautelosos.


O propósito não era o cultivo da terra para todos mas um simulacro. Então, escolheram um deles para os liderar. Todavia, a confusão e a desordem ressuscitaram, acusaram-se de fraude e o conflito ressurgiu, não agora contra opressor comum. Mas entre o mesmo sangue.


Depois de tudo isso, o descendente mais temível dos excluidos, sucumbiu misteriosamente a meio de traições e deserções. Os seus fugitivos renderam-se ao mel do bem-estar, saltaram e celebraram um pacto secreto com cláusulas endinheiradas.


Presentemente, apenas uma parte do terreno da fazenda é fértil e portanto é habitação dos imortais e privilegiados, pois, vivem no paraíso. Há investimentos em tecnologia de ponta, agro-indústria, áreas ribeirinhas, natureza extraordinária, chuvas moderadas e em abundância, fartura de produtos e bens. Somente, os membros desta elite beneficiam-se de tudo até os menores brincam com a produção e os bancos!


No entanto, do outro lado da fazenda, é o inferno antecipado na terra, a vida é outra, os rios secaram, a terra tornou-se incultivável, máquinas avariadas e obsoletas.


A fome e a crise gémeas. Os líderes que nascem para auxiliar os demais a livrarem-se da dor e sofrimento rendem-se sem escrúpulos ao perfume do dinheiro e do oxigénio. Nunca mais olham para o passado dos seus irmãos.


Assim, os habitantes da terra paupérrima tornam-se reféns nem parecem são herdeiros da fazenda.

 

Domingos Chipilica Eduardo