Luanda - O Governo angolano vai pagar cinco milhões de euros pela consultoria técnica a oito projetos de abastecimento de água no país, tidos como prioritários, de acordo com documentação oficial a que a Lusa teve hoje acesso.

Fonte: Lusa

Em causa está a autorização, por despacho assinado pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, de 13 de abril, à contratação da empresa DAR Angola para assegurar a assistência técnica, consultoria e gestão de projetos para a implementação de oito obras prioritárias no âmbito do abastecimento de água.

 

Só este apoio técnico, ao abrigo do Plano de Ação 2016-2017 do setor das Águas, vai custar aos cofres do Estado angolano 5,4 milhões de dólares (cinco milhões de euros), de acordo com a mesma autorização.

 

Os dados finais do recenseamento da população angolana, realizado em 2014, referem que metade dos cerca de 5,5 milhões de agregados familiares angolanos, um dos maiores produtores africanos de petróleo, não tem acesso a água própria para consumo.

 

O levantamento entende por água "apropriada para beber" a proveniente de fontes como torneiras ligadas à rede pública, chafarizes públicos, furos com bomba ou nascentes protegidas, incluindo-se neste grupo 43,6% dos agregados familiares.

 

A água da rede pública com torneira em casa apenas serve 17% dos 5.544.834 de agregados familiares (num total de população superior a 25,7 milhões de habitantes).

 

Angola é atualmente o maior produtor de petróleo de África, com praticamente mais de 1,6 milhões de barris de crude por dia, recursos que segundo o Governo têm sido utilizados na reconstrução do país após quase três décadas de guerra civil, que terminou a 04 de abril de 2002.