Luanda - A fraude eleitoral desenhada para 2017 já penetrou em quartéis. As denúncias vêm das unidades militares das FAA. Boaventura, com o grau militar de coronel é chefe da acção psicológica, cargo encarregue de mobilizar e reactivar a moral das tropas para que estejam preparadas para agir com prontidão para qualquer eventualidade. Com o advento das eleições, a ele foi incumbida a missão de sensibilizar as FAA para que exerçam o seu direito de voto massivamente. Infelizmente, o coronel peca pelo facto de estar a coagir as tropas para que estas optem pelo voto a favor do MPLA e seu candidato João Lourenço.

Fonte: Club-k.net

As FAA estão a ser preparadas para votar no MPLA 

O magro salário de 22 mil kzs que auferem os soldados e a falta de subsídios de deslocação isolamento na classe de sargentos e oficiais, está a ser utilizado como engodo pelo coronel para captar os votos dos militares a favor do partido no poder desde 1975. Segundo o oficial, incremento salarial para os soldados e outros benefícios para os oficiais só serão possíveis com JL na presidência da república porque constam como prioridade na sua agenda de governação ao contrário da agenda dos cabeças de lista dos partidos da oposição, o que deve passar obrigatoriamente em todas unidades das FAA em depositar total confiança ao candidato indicado no acto do voto. Por alguns endireitas, o coronel tende a passar a mensagem do agravamento das condições sociais nas FAA e do povo se o cabeça de lista do MPLA não for eleito.


Enquanto isso, estratégia similar também arquitectada por oficiais do EMGE e IRSEM a mando do partido no poder com a finalidade de angariar votos dos milhares de desmobilizados descontentes principalmente ex FAPLA atirados a sua sorte a mais de vinte anos, a favor de JL, está sendo levada a cabo em todas Províncias. A estratégia que não passa de mais uma perfídia como nas eleições de 2008 e 2012, consiste em afixar listas de desmobilizados com garantia de passagem a reforma e salários assegurados para serem processados antes das eleições. Segundo uma fonte bem informada, para melhor credibilizar a astúcia, alguns desmobilizados em número reduzido serão pagos a partir de Julho até meados de Agosto, altura que o pagamento será suspenso premeditadamente evocando paralisação para a realização das eleições, para o mesmo plano retomar apenas nas eleições de 2022 com o mesmo objectivo. O MPLA prevê que falando em salários para indivíduos que a mais de duas décadas vivem peripécias de varia ordem é a única forma de recuperar os votos dos homens que constituíram no passado o seu braço armado desavindos com a governação devido ao abandono a que estão sujeitos desde a desmobilização. Os envolvidos na vigarice contra desmobilizados, foram orientados a passar a mensagem aos coitados de que, só o mpla está interessado em solucionar os problemas dos ex militares.

 

Desde o princípio do processo eleitoral de 2017 que os partidos políticos da oposição e actores da sociedade civil reclamam de falta de transparência na sua preparação desconfiando de mais uma fraude, desta vez a denúncia vem das forças armadas órgão que pela sua natureza devia ser apartidário e imparcial. Ao longo destes anos grandes figuras ligadas a direcção das FAA e MINT têm sido flagradas em actividades politicas do partido MPLA. Apesar das denúncias, não houve até agora tomada de medida enérgica do seu comandante em chefe, presidente da Republica e do MPLA para a correcção da tamanha violação da constituição e dos acordos de paz que atestam que a polícia e as forças armadas devem ser apartidárias e imparciais.


O MPLA, sempre procurou partidarizar as FAA. As várias mentiras proferidas pelos generais sobre a batalha do Kuito Cuanavale onde as FAPLA são exaltadas como vencedoras e promotoras da retirada das forças sul África, ocultando ao povo principalmente a juventude os reais factos sobre a resolução 435/78 da ONU, o envolvimento da tropas Angolanas em conflitos armados em países Africanos onde o MPLA tem interesses sem consulta prévia e consentimento do parlamento assim como a realização actualmente de actividades politicas partidárias pelo ministro da defesa, são provas da influencia e utilização das FAA a favor de quem governa, como vêm fazendo com os meios de comunicação social do estado sob o olhar silencioso de JES, que sem dúvidas o principal mandante de tais procedimentos ilegais, que em nada contribuem para a verdadeira reconciliação nacional e lisura em quase todos eleições que se realizam em Angola. Agastados, os oficias denunciantes das práticas do coronel Boaventura, alertam que o número de abstenções no colectivo das FAA ao voto será grande, pelo facto de a sua estrutura máxima estar a tornar o exército num comité de especialidade do MPLA traindo os princípios que motivaram a sua criação, que são a defesa do solo pátrio e integridade física de todos Angolanos sem velar pela cor da bandeira partidária de ninguém.

 

Fruto de as eleições ocorrerem sempre em clima de desconfiança e fraudes, a CEAST reunida na Catumbela de 24 a 30 de Março do ano em curso, exortou a quem de direito, para que as eleições traduzidas na busca do bem comum, dever cívico e politico, aconteçam num ambiente de paz, harmonia, liberdade de escolha. O próprio presidente da Republica no seu discurso sobre o estado da nação pediu transparência e lisura no processo eleitoral, para que tal corresponda com a vontade real dos eleitores. Infelizmente, vemos novamente a habitual superposição do partido MPLA e sua imposição aos Angolanos a dança da sua música, ficando sem saber o motivo do pronunciamento das palavras tão bem acolhidas no seu discurso.