Luanda - A taxa de juro base angolana vai manter-se nos 16% até final de maio, por decisão do Banco Nacional de Angola (BNA), devido à desaceleração nos preços. A inflação em Angola fechou o ano de 2016 (janeiro a dezembro) nos 42% mas tem abrandado desde o início do ano.

Fonte: Lusa

A decisão consta da nota oficial sobre a reunião mensal do Conselho de Política Monetária (CPM) do BNA, encontro que serve para avaliar os indicadores de crescimento económico e as contas fiscais e monetárias, neste caso de março.

 

“Foi prestada particular atenção à evolução dos preços na economia nacional, tendo o CPM notado que a inflação homóloga continua a perseguir a sua trajetória decrescente iniciada em janeiro de 2017”, explica o banco central angolano.

 

A inflação em Angola fechou o ano de 2016 (janeiro a dezembro) nos 42%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, mas desde o início do ano que está a abrandar, cifrando-se, entretanto, em menos de 2% ao mês.

 

A taxa de juro, cujas variações podem servir para controlar a evolução da inflação, esteve fixada até julho de 2014 em 8,75%, após um corte, na altura, de meio ponto percentual.

 

Aumentou há um ano e meio para 9%, tendo iniciado um ciclo de subidas, com três aumentos só em 2016, o último dos quais em junho.

 

Na reunião de 28 de abril do CPM – cujo teor das conclusões foi divulgado este sábado – além de manter a taxa base de juro nos 16% ao ano até 30 de maio (próxima reavaliação), o BNA decidiu não alterar a taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez, fixada nos 20% ao ano, e a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez a sete dias, que continua nos 7,25% ao ano.

 

Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para cerca de metade desde 2015, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares, cujos preços dispararam.