Luanda - Tudo indica que cinco dos sete activistas condenados, em Abril último, pelo Tribunal Municipal de Cacuaco, a 45 dias de prisão efectiva por crimes de desacato e resistência às autoridades, encontram-se adoentados. Mas, segundo testemunho de familiares e amigos, nas diferentes cadeias em que se encontram, nomeadamente Viana, Kakila e Calomboloca, eles estão privados de assistência medica.

*Francisco Paulo
Fonte: Correio Angolense


A fazer fé nas fontes, estarão nessa condição Adão Bunga, David Salei, António, Paulo e Nzenza Mabiala, os três últimos membros da mesma família. António Mabiala, de acordo com relato do próprio irmão, Hélder Mabiala, é aquele cuja situação suscita maiores preocupações. Contudo, os serviços prisionais da cadeia de Calomboloca, onde se encontra, recusam-se a transferi-lo para o Hospital-Prisão de São Paulo.


António "Chinguar", um dos jovens activistas detidos em Abril quando participavam numa manifestação de protesto em Cacuaco
“Estes jovens que participaram na manifestação de 17 de Abril deste ano em Cacuaco estão quase todos eles acamados nas prisões de Viana, Kakila e Calomboloca. Mas António Mabiala, que se encontra na cadeia de Calomboloca, é o que está mais debilitado, apresentando febres constantes e problemas de visão”, contou Helder Mabiala.


Luís Nascimento, advogado dos jovens activistas, já encetou diligências junto das autoridades penitenciárias, mas a resposta tarda a chegar.


Ao que se vê, estes jovens compõem uma nova vaga de “revús”, auto-denominado por Conselho Nacional dos Activistas de Angola. Foram detidos a 17 de Abril quando se manifestavam na região de Cacuaco, norte de Luanda, reclamando por maior transparência no processo eleitoral e em protesto contra o elevado índice de desemprego que afecta os jovens daquele munícipio.