Luanda  - Os depósitos em moeda nacional e estrangeira dos bancos comerciais angolanos no banco central desceram em março praticamente 10 por cento, após dois meses de subidas, fixando-se em mais de 1,010 biliões de kwanzas (5.590 milhões de euros).

Fonte: Lusa

Segundo dados preliminares do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre o panorama monetário angolano, compilados pela agência Lusa, estas reservas tinham descido no final de 2016 para 989 mil milhões de kwanzas (5.476 milhões de euros), com quedas mensais que se repetiam desde agosto.

 

Subiram em janeiro e fevereiro, até aos 1,115 biliões de kwanzas (6.170 milhões de euros), voltando em março às quebras, de acordo com os mesmos dados preliminares do banco central angolano em mais de 105 mil milhões de kwanzas (580 milhões de euros).

 

Os bancos comerciais que operam em Angola são obrigados a informar regularmente o banco central sobre estas reservas, que envolvem depósitos e operações com títulos.

 

Em causa nestes dados está a obrigatoriedade de os mais de 20 bancos comerciais que operam em Angola constituírem reservas sobre os depósitos à ordem do BNA, que fixou taxas de 15% do total em moeda estrangeira e 25% em moeda nacional.

 

Na denominada "reserva bancária" contavam-se no final de março depósitos obrigatórios em moeda estrangeira, que desceram para 194.683 milhões de kwanzas (1.078 milhões de euros), e em moeda nacional, que neste caso diminuíram para 582.429 milhões de kwanzas (3.225 milhões de euros).

 

Nos últimos cinco anos - período disponibilizado na análise do BNA -, o valor total mais baixo destas reservas bancárias foi em 2012, com 671.325 milhões de kwanzas (3.717 milhões de euros, à taxa de câmbio atual).

 

Angola vive uma grave crise financeira e económica, decorrente da quebra da cotação do barril de crude no mercado internacional, situação que se reflete ainda na falta de divisas no país, o que dificulta nomeadamente as importações, provocando várias restrições na gestão de moeda estrangeira.

 

Só desde setembro de 2014, a moeda nacional angolana desvalorizou-se em mais de 40%, face ao dólar norte-americano, para 166 kwanzas para um dólar, à taxa oficial, muito longe dos valores do mercado paralelo, que ronda os 380 kwanzas.

 

Os bancos comerciais angolanos estão obrigados desde 01 de julho de 2015 a constituir reservas de moeda nacional no BNA equivalentes a 25% dos depósitos dos clientes, anunciou na altura o BNA.

 

O coeficiente de reservas obrigatórias em moeda estrangeira manteve-se então inalterado em 15%.

 

O coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional estava fixado em 2014 em 12,5%, tendo o BNA aumentado a 01 de janeiro de 2015 para 15%, justificando a decisão com a necessidade de "garantir a estabilidade de preços", precisamente no pico da crise da quebra da cotação internacional do petróleo.