Luanda - Miguel Neto, conhecido apresentador da televisão e rádio, manifestou o seu optimismo sobre o futuro de Angola, mas frisou que é preciso “mudar mentalidades”.

Fonte: VOA

Ao falar no programa “Angola Fala Só”, Neto foi várias vezes questionado por ouvintes sobre a situação da liberdade de imprensa e cultural em Angola.

 

Um ouvinte referiu-se particularmente ao que disse ser a "censura de artistas".

 

Reconhecendo que há ainda algumas vezes “problemas que ocorrem no que toca às letras de artistas independentes”, Neto disse que hoje em dia isso “não acontece a muita gente”.

 

“Eu creio que já se começou a ultrapassar isso”, sublinhou.

 

“Já não é frequente interditar a venda de discos na Praça da Independência”, acrescentou, sublinhando que em Angola “a democracia está em fase inicial”.

 

Para Miguel Neto há ainda uma “mentalidade não democrática na mente de muita gente que impede a liberdade de imprensa” mas ao mesmo tempo “há muitos que a exercem”.

 

“Desde 2002 que as coisas estão a melhorar”, afirmou.

 

O conhecido apresentador manifestou a certeza que os angolanos querem votar porque acreditam nas eleições e recordou as grandes filas que se formaram no último dia do registo.

 

Neto lamentou a atitude dos partidos políticos face às eleições afirmando que “agora são os partidos a desconfiarem deles próprios” e avisou que a contínua desacreditação das eleições pode ter um efeito negativo, levando as pessoas não participarem.

 

O convidado, no entanto, defendeu uma auditoria de todo o processo já que “tem que se fazer algo para haver verdade”.

 


O apresentador manifestu optimismo quanto à música angolana afirmando que "está de boa saúde", mas frisou a necessidade de se saír mais para as provincias para se procurar outra música angolana

 

Miguel Neto anunciou que vai “voltar à carga sobre a nossa cultura musical” com um programa na rádio e outro na televisão.

 

O programa da rádio de três horas será uma nova versão de um programa que manteve entre 2001 e 2006, um “Ponto de Encontro” da juventude.

 

No programa de uma hora de TV vai “ouvir artistas e cantores a que muitas vezes não se dá valor”.

 

“Vamos descobrir valores e cantores, vamos fazer coisas bonitas”, concluiu Miguel Neto.