Lisboa - O Standard Bank prevê que Angola tenha enfrentado uma recessão económica de 4% no ano passado, tendo revisto as estimativas depois da divulgação do crescimento económico de -4,7% nos primeiros três trimestres de 2016.

Fonte: Lusa

"Inicialmente, tínhamos apontado para um crescimento negativo de 1,1%, mas desde que os números de Janeiro a Setembro foram conhecidos, revimos a previsão do PIB para -4%", disse a analista do Standard Bank que segue a economia angolana.


Em entrevista à Lusa a partir de Joanesburgo, Samantha Singh adianta ainda que para este ano Angola já deverá crescer 1%, acelerando para 1,9% em 2018, o que revela valores muito abaixo da média dos últimos anos, principalmente antes de 2014, quando os preços do petróleo caíram para cerca de metade, desequilibrado as finanças públicas de Angola.


"Um grande obstáculo ao crescimento nos últimos dois anos tem sido a questão da disponibilidade de moeda estrangeira, com o banco central a racionar a oferta ao mercado", disse a analista de um dos maiores bancos africanos, com cerca de 20 balcões em Angola, à Lusa, considerando que a situação "deverá melhorar marginalmente este ano".


Ainda assim, concluiu, os preços baixos do petróleo e o pouco progresso na diversificação económica vão limitar o crescimento do PIB este ano a 1%, no máximo".


Na terça-feira, a Lusa noticiou que Angola enfrentou nos primeiros três trimestres do ano passado uma recessão média de 4,7%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística de Angola, disponíveis na página da instituição na Internet.


De acordo com o Boletim do Produto Interno Bruto Trimestral, no primeiro trimestre do ano passado, a economia de Angola registou, sempre face ao período homólogo, um crescimento de -1,9%, a que se somou uma nova contracção de 7,8% e, finalmente, um recuo de 4,3% na riqueza produzida no país no terceiro trimestre, o que dá uma média de 4,7% nesses nove meses.


O Governo angolano chegou a prever um crescimento da economia de apenas 1,1% em 2016, entretanto revisto em baixa para 0,1%, enquanto a maior parte das instituições económicas internacionais aponta para uma estagnação ou valores aproximados de zero.