Luanda - Angola registou durante o primeiro trimestre de 2017 quase duas dezenas de derrames, envolvendo perto de uma centena de barris de crude, segundo dados do Ministério dos Petróleos angolano a que a Lusa teve hoje acesso.

Fonte: Lusa

De acordo com um documento do ministério liderado por Botelho de Vasconcelos, trata-se de um aumento de 61 barris derramados face ao período anterior, entre outubro e dezembro de 2016, não tendo sido registadas ocorrências, segundo as autoridades angolanas, de origem transfronteiriça.

 

Os derrames de petróleo bruto ocorreram nas operações da petrolífera Somoil, num total de 13 e equivalentes a 37 barris, seguido da Gabgoc, com uma ocorrência que se traduziu em 11 barris, além da Refinaria de Luanda, em que um incidente envolveu a libertação de dois barris.

 

Acrescem dois derrames de produtos refinados e outros dois de produtos químicos, elevando o total a 19 derrames, dos vários tipos (?onshore` e ?offshore`), e 98 barris.

 

No caso dos derrames de petróleo bruto, estes são justificados sobretudo pela "corrosão da tubagem e equipamentos nas concessões" de produção petrolífera.

 

Angola é o maior produtor de petróleo da África subsaariana, com mais de 1,6 milhões de barris de crude por dia.

 

As reservas de petróleo em Angola estão avaliadas entre 3,5 mil milhões de barris (categoria de provada) e 10,8 mil milhões de barris (categoria de provável).

 

O ministro dos Petróleos de Angola, José Maria Botelho de Vasconcelos, anunciou a 10 de setembro de 2014 a intenção de criar um comando nacional para lidar com incidentes e derrames de petróleo no mar.

 

A criação deste comando está prevista no Plano Nacional de Contingência Contra Derrames de Petróleo no Mar, aprovado em Conselho de Ministros em novembro de 2008 e em fase de implementação.

 

"Estamos neste momento a identificar o local para a instalação do Comando Nacional de Incidentes e do Centro de Resposta de Notificação de Incidentes, que serão devidamente equipados com as ferramentas apropriadas para desempenharem o seu trabalho", disse José Maria Botelho de Vasconcelos.

 

O plano nacional de contingência, recordou o governante, inclui um comité técnico executivo, coordenado pelo Ministério do Ambiente, cabendo a coordenação do Comando Nacional de Incidentes ao Ministério dos Petróleos.

 

Segundo o ministro, a "implementação efetiva" dos vários componentes do plano nacional está em curso e alguns dos projetos identificadas já foram concluídos. É o caso do mapeamento das "áreas sensíveis" da costa norte de Angola e a formação dos técnicos da comissão.

 

Embora sem adiantar números, o governante assegurou que, com base nas informações recebidas dos operadores, Angola está "muito abaixo da média mundial" que resulta do cálculo entre barris de petróleo produzidos e derramados.

 

"Isso constitui um bom indicador, mas o nosso objetivo é e será sempre atingir zero derrames", enfatizou.