Benguela - A UNITA diz que sete militantes seus acabaram feridos, um deles em estado grave, como resultado de um ataque perpetrado por elementos supostamente ligados ao MPLA, partido no poder, no município do Bocoio, província de Benguela.

Fonte: VOA

À espera de uma posição da Polícia Nacional 48 horas após os incidentes, o partido de Isaías Samakuva foi tratar do assunto no gabinete do governador Isaac dos Anjos, igualmente 1º secretário do Comité Provincial do MPLA.

 

Os sete militantes da UNITA faziam parte de uma comitiva que se encontrava a caminho da comuna do Cubal do Lumbo, no passado sábado, para a inauguração de uma infra-estrutura partidária.

 

O secretário provincial da JURA, Gideao José, explica que a marcha foi interrompida por militantes da JMPLA, munidos de paus e pedras, "instrumentalizados por dirigentes que até aprovaram a actividade".

 

‘’Antes mesmo do início da actividade, já tínhamos sido emboscados por um grupo de jovens afectos ao MPLA. Aí, surgiram pauladas e pedradas, tivemos sete feridos. Este acto foi mesmo orientado pela Administração local, que cumpriu ordens superiores’’, relata o líder do braço juvenil do ‘galo negro’.

 

Em nome da preservação da paz e do processo eleitoral em curso, os órgãos do Estado devem, conforme sugere o político, responsabilizar os autores deste que é o terceiro ataque ocorrido nos últimos tempos.

 

‘’Somos o suporte do povo para a mudança, pelo que não alinhamos em ambientes provocatórios. Vamos, sim, dar sequência às nossas actividades e apelar aos órgãos do Estado para que se assumam como tal. Isto pode ‘minar’ o ambiente e o espírito do processo em curso’’, refere.

 

Ouvido pela Voz da América, o activista João Guerra, membro de um movimento de paz da Igreja Católica, lamenta o sucedido.

 

‘‘Para se colocar as pessoas no devido lugar, é preciso uma força independente, mais independente do que a CNE, que, ao abrigo da educação cívica, vai falar mais da importância do voto. O que precisamos é de quem fale da importância da vida, que está acima dos partidos políticos’’, apela.

 

Num primeiro contacto com a Voz da América, a administradora municipal, Deolinda Valiangula, garantiu que teceria considerações momentos mais tarde, uma vez que se encontrava a prestar declarações a um outro órgão de informação.

 

Contudo, num segundo contacto, Valiangula disse que se encontrava numa ‘’área sem cobertura’’.

 

O porta-voz do Comando Provincial da Polícia, Pinto Caimbambo, assegurou que emitiria a versão policial nas próximas horas.

 

Na altura em que expedíamos esta peça, o deputado Alberto Ngalanela, secretário provincial da UNITA, mantinha um frente-a-frente com o seu homólogo do MPLA, Isaac dos Anjos.