Luanda - MPLA e oposição parlamentar não se entendem em relação a vários "pontos fracturantes" da Lei Orgânica sobre as Eleições gerais, cuja discussão foi interrompida por não gerar consensos entre as bancadas. Entre os motivos de discórdia está a ideia para acabar com a divulgação dos resultados pelas assembleias municipais.

Fonte: NJ

A tradição democrática prevê o apuramento dos votos a nível municipal, provincial e nacional, sendo que esses dados são depois afixados "em nome da transparência e da lisura do processo".

 

A proposta do MPLA defende, por um lado, o apuramento nas assembleias de voto, mas, por outro, quer acabar com a divulgação dos resultados, impedindo que nenhuma comissão municipal da CNE publique os resultados provisórios.

 

O MPLA quer igualmente que possa haver a possibilidade de se votar só com o BI. O Novo Jornal sabe que, segundo dados da última auditoria realizada pela Deloitte ao Ficheiro Informático Central do Registo Eleitoral (FICRE), dos 9 milhões dos cidadãos eleitores, seis milhões não tinham BI.

 

"O nosso BI está muito falsificado, por um lado, por outro, há cidadãos estrangeiros que adquiriram o BI de modo completamente ilícito, logo entendemos que não é a melhor via", fundamentou a deputada da UNITA, Mihaela Webba.

 

A oposição queixa-se também do tempo para convocação das eleições. O MPLA pretende que, a partir do momento que o PR convocar as eleições, os partidos políticos tenham 15 dias para apresentar as suas candidaturas, ao invés dos 20 dias que estão na presente lei. Ao que a oposição responde com a acusação de "boicote às candidaturas dos outros partidos".