Luanda - A edificação da democracia na República de Angola deveu-se à estratégia e virtude do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, em perdoar adversários políticos, inserindo-os nos vários domínios da vida do país, afirmou o nacionalista Luís Neto Kiambata.

Fonte: Club-k.net

Falando à Angop, sobre o processo de consolidação da democracia no âmbito dos ganhos dos anos de Independência, referiu que José Eduardo dos Santos teve a gentileza de também inserir ex-adversários no comité central do MPLA (partido governante), com vista a demonstrar uma verdadeira reconciliação nacional e confirmar o princípio de “um só povo e uma só nação”.

 

“É uma virtude que o Chefe de Estado teve e nunca vi algo igual, com excepção de há séculos, quando Alexandre Magno fomentou a fusão entre vencedores e vencidos para dignificar uma nação”, recordou.

 

Neste contexto, considerou que o processo da democracia está em bom ritmo, tendo em conta a integração de elementos provenientes das extintas forças militares da Unita nas Forças Armadas Angolanas (FAA) e na Polícia Nacional, visando unicamente projectar um país unificado e o direito de todos os angolanos.

 

Segundo disse, a democracia só existe onde há direitos, liberdades e garantias e Angola percorreu um caminho notável, pondo fim ao regime monopartidário da Primeira República e instituir um Estado de direito democrático baseado no respeito pelos direitos humanos e um sistema político multipartidário.

 

Neste novo clima, sublinhou, surgiram numerosos partidos a par de uma série de organizações não governamentais, grupos comunitários e associações profissionais, dando-se a transição para um sistema mais pluralista e participativo de governação e um sério desafio para a política democrática.


Disse ainda que o país abraçou uma democracia multipartidária, definindo Angola como um “Estado democrático de direito”, com a implementação de reformas profundas na democratização da vida política, no desenvolvimento do sector privado, da sociedade civil com a participação nas estruturas políticas e sindicais.


Assiste-se ainda, acrescentou, a um desfile de personalidades de organizações políticas das mais variadas do espectro político que, com os ventos da democracia e com o brio político das suas ideias, contribuem para uma nova era de pluralidade democrática.


Por outro lado, Luís Kiambata referiu que Angola, contrariamente a outros países de língua portuguesa e muitos africanos, é o que tem registado o maior número de mulheres nos órgãos de decisão e, isto aconteceu desde que se introduziu o sistema multipartidário.

 

“Nestes 41 anos de Independência e alcance da paz, há muita coisa ainda por fazer nos vários sectores. Existem ainda dificuldades nas áreas da saúde, educação, saneamento básico, pobreza e corrupção, males estes, alguns deles causados por nós próprios.

Angola é um país que continua a caminhar para a construção de uma democracia sólida e promissora, afirmou, Josefina Pitra Diakité, em entrevista exclusiva à Angop, na cidade de Pretória.

 

Interrogada sobre o percurso da democracia em Angola como ganho dos 41 anos de independência, a diplomata precisou que a conquista da liberdade (11 de Novembro de 1975) trouxe consigo “uma grande dose de democracia” para o povo angolano.

 

Ao caracterizar o momento que o país vive, sublinhou que "a paz e estabilidade são condições essenciais para o desenvolvimento da democracia, do Estado de direito e também para a promoção dos direitos humanos".

 

Referindo-se ao contexto de guerra vivida no país, mencionou a inexistência de condições, na altura, para falar-se numa democracia aberta e moderna, ao contrário do que se assiste actualmente.

 

Josefina Pitra Diakité recordou que a constituição do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (1997) "foi um exemplo incrível de democracia e de tolerância porque existia um governo em que participavam elementos do MPLA e da Unita” e o funcionamento do parlamento num clima de guerra levada a cabo por esta, na altura “movimento militarizado a combater o governo" , saído de eleições consideradas livres e justas pela comunidade internacional.

 

"Era um exercício que considero de democracia e tolerância para o bem da paz e estabilidade nacional. Evoluímos assim uma vez terminada a guerra e obtida a paz e agora nos vemos numa convivência saudável entre as forças políticas do país", ressaltou a embaixadora.

 

Salientou que, na sequência da conquista da paz, aquele movimento armado (Unita) foi transformado em partido político e assistiu-se à integração de elementos, a todos os níveis, na sociedade, nas Forças Armadas Angolanas e no Executivo.

 

Segundo a diplomata, testemunhou-se ainda um jogo político com base na legislação que também evoluiu, "uma legislação que congrega e serve de base ao desempenho de todas as forças políticas, do Executivo e da sociedade em geral".

 

Tal, na sua opinião, colocou Angola no bom caminho, no processo democrático, na sua condição de país novo e moderno neste sentido (da democracia).

 

Em Angola as pessoas são livres de falar e de se exprimir, os Mídias evoluíram de forma satisfatória, pois temos jornais oficiais, públicos e privados onde cada um deles se expressa no sentido que melhor achar, em função da sua forma de pensar.

Domingos Sebastiao