Luanda - A UNITA, maior partido da oposição angolana, se vencer as eleições gerais de 23 de agosto, terá um Governo Inclusivo e Participativo (GIP), com uma agenda para uma década, a solução para a "profunda crise" que Angola vive.

Fonte: Lusa

A agenda da mudança, num horizonte temporal, que tem o ano de 2030 como meta

O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, e cabeça-de-lista do partido candidato à Presidência da República, apresentou hoje em Luanda o Manifesto Eleitoral para as eleições gerais de 23 de agosto deste ano.


Numa apresentação de hora e meia, Isaías Samakuva começou por fazer um retrato do país, atribuindo ao Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, uma Angola "com uma profunda crise de valores, um Estado predador, uma Constituição atípica, uma economia prostituída, uma dívida pública insustentável e um sistema financeiro opaco, sem credibilidade".


Para a solução desses problemas, "que pela sua dimensão não podem ser resolvidos numa só legislatura", a UNITA apresenta soluções a médio prazo - uma agenda para a década - e curto prazo - a colocação em prática de um plano de emergência nacional.


Esse plano de emergência nacional teria como objetivo "garantir a estabilidade social e a recuperação económica, assente em prioridades definidas", já a agenda para a década, centrada em políticas e programas estruturantes, visaria "o alcance de objetivos estruturantes para a construção da nãção angolana, como o resgate da cidadania, reforma profunda do Estado e da economia e a afirmação da nova identidade de Angola no mundo".


"Por esta razão, o Programa Eleitoral da UNITA para 2017 é uma Agenda para a década, que inclui um programa para a legislatura. O GIP será assim o veículo que levará Angola à prosperidade, implementando a agenda da mudança, num horizonte temporal, que tem o ano de 2030 como meta", disse Isaías Samakuva.


As ações governativas do GIP serão desenvolvidas a partir de quatro eixos estratégicos, designadamente Sete Medidas de Emergência Nacional, Reforma do Estado, Responsabilidade Social do Estado e Desenvolvimento Económico.


Segundo o cabeça-de-lista da UNITA, Angola 2030, cujos principais objetivos são o resgate da cidadania, construção do futuro e afirmação de Angola, é um convite à concórdia, ao progresso social e ao desenvolvimento económico, e em concreto "um ramo de oliveira estendido às autoridades do atual regime"


"Um convite dirigido aos anciões de todos os povos de Angola, aos patriotas de todos os partidos, às mulheres e homens da cultura, aos oficiais e agentes das forças de defesa e segurança, à todos os cidadãos", frisou.

 


O governo da UNITA, sublinhou Samakuva, "será de inclusão, para se fazer uma mudança tranquila, sem revanchismos, sem vinganças ou outras formas de humilhação e violência político-partidária".

 


"Chegou a vez dos angolanos elegerem um Governo que oiça a todos, porque com todos dialoga e inclui aspirações de todos na sua agenda", disse.

 


As soluções para os problemas do país, elencado em vários programas, "longe de se apresentar como um programa acabado", encontra-se aberto a novas contribuições e à participação de todos.

 


De acordo com Isaías Samakuva, o programa de governação 2017-2022 da UNITA em definitivo será apresentado durante a campanha eleitoral.

 

Angola contará com 9.317.294 de eleitores nas eleições gerais de agosto, segundo dados oficiais que o Ministério da Administração do Território entregou à Comissão Nacional Eleitoral.

 

A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).

 

O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votado é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições de 2012.