Luanda - O administrador do município do Cazenga apelou à intervenção das autoridades, nomeadamente do governo provincial, para pôr cobro à vandalização das instalações da Feira Internacional de Luanda, que até 2014 era a maior montra do crescimento angolano.

Fonte: Lusa

Em declarações à agência Lusa, Vítor Nataniel Narciso, administrador do município onde aquela feira funciona há mais de 30 anos, lamentou o "estado de abandono e vandalização" em que se encontra um espaço que, ainda em julho de 2014, bateu o recorde presenças na Feira Internacional de Luanda (FILDA), com cerca de 1.000 empresas, sobretudo estrangeiras.

 

O administrador do Cazenga, que já pediu a intervenção do governo da província de Luanda, considera a situação da feira como de «muito preocupante», justificando que o avançado estado de degradação e vandalização em que encontra o espaço, de mais de 30.000 metros quadrados, é fruto de «ações protagonizadas por funcionários insatisfeitos», que reclamam salários em atraso há 14 meses.

 

«Quem vandalizou o espaço não foram os moradores como dizem os trabalhadores, os moradores saíram de onde se Ali não mora ninguém e não há moradores à volta, foram os próprios trabalhadores. O problema é que a direção da FIL abandonou a instituição, tanto é que há informações de que será a Expo Angola a gerir aquele espaço», explicou.

 

Acusações que já foram negadas pelos trabalhadores, apesar de muitos destes continuarem a comparecer no local, apesar do abandono da feira e dos salários em atraso.

 

Adriano Mixinge, de 59 anos e uma vida passada na Feira Internacional de Luanda, onde continua a ir todos os dias, recusa as acusações e responde com emoção que vê hoje naquele local: «Isto para mim é muito triste, para quem conheceu antes este espaço. Esperamos que com a retoma da Expo Angola vamos esperar alguma celeridade para mudar o estado das coisas».

 

"Logo que soubemos que aquilo estava a ser vandalizado pelos trabalhadores que alegavam falta de salários, o que fizemos foi tentar proteger aquilo, metemos lá alguns agentes da polícia, mas quando lá chegaram as coisas já estavam muito deterioradas estão lá os agentes e tentam ainda proteger aquilo", insistiu, por seu turno, Vítor Nataniel Narciso.

 

A edição de 2016 da FILDA, a maior feira multissetorial de Angola, prevista para julho e adiada para novembro devido à crise, não foi realizada face à reduzida inscrição de expositores.