Luanda - A UNITA, o maior partido da oposição angolana, entregou hoje na Comissão Nacional Eleitoral (CNE) uma carta reclamando um novo concurso para a contratação de duas empresas que vão fornecer serviços tecnológicos nas eleições gerais de 23 de Agosto.

Fonte: Lusa

Em declarações à imprensa, o secretário da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) para os Assuntos Eleitorais, Vitorino Nhany, referiu que depois da manifestação de sábado, em todo o país, organizada pelo partido para contestar a contratação feita por ajuste directo, pela CNE, as reclamações constantes de um caderno reivindicativo foram entregues naquele órgão.

 

"A direcção achou que deveria mandatar uma delegação no sentido de proceder à entrega desse caderno reivindicativo ao Presidente da Comissão Nacional Eleitoral, porque foram violadas duas leis - a Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais e a Lei de Contratação Pública", referiu.

 

O dirigente da UNITA reiterou que a CNE "ainda vai a tempo de corrigir aquilo que está mal", com vista a realização de "eleições livres, justas, transparentes e credíveis".

 

"Quinze dias são suficientes para que se faça a contratação de uma empresa no sentido de poder responsabilizar-se pela solução tecnológica e por todo o mecanismo conducente à realização de eleições previstas para o dia 23 de Agosto", disse.

 

Além da realização de um novo concurso, a UNITA voltou a reclamar a questão sobre a transmissão dos resultados provisórios dos municípios para as sedes provinciais, aliada à idoneidade da empresa contratada para o efeito.

 

Questionado sobre qual a posição a ser tomada pela UNITA caso a CNE mantenha as empresas contratadas, Vitorino Nhany disse acreditar que aquele órgão eleitoral vai cumprir com as leis.

 

"Se de facto houver contrariedade nesse sentido, acho que o dono do poder político, que é o povo, irá dar resposta e não pura e simplesmente a UNITA. A UNITA é parte desse povo, tomou a dianteira no sentido de poder chamar a atenção da correcção daquilo que vai mal, mas o dono do poder político em última instância poderá responder a todas as anomalias que eventualmente venham a surgir", referiu.

 

Em causa estão alegadas ilegalidades no procedimento contratual de duas empresas, SINFIC, portuguesa mas ligada a capitais angolanos, e INDRA, espanhola, para a elaboração dos cadernos eleitorais e o credenciamento dos agentes eleitorais e o fornecimento de material de votação e da solução tecnológica, respectivamente, e que já participaram nas eleições de 2012.