Ao povo e ao Governo português
Ao povo e ao Governo espanhol

Luanda  - Sou um cidadão angolano, nas antípodas do viver da dignidade humana. Sou de uma aldeia angolana onde não há luz, não há água, não há estradas, não há acesso à internet, nem há televisão, nem há rede móvel, nem nenhuma loja de quaisquer produtos. Vivo com os meus pais e trabalhamos na agricultura de subsistência. Tenho a 12a classe concluída na cidade, mas infelizmente não tenho emprego.

Fonte: Club-k.net

Carta ao Governo espanhol e português

Angola está a caminho de eleições no dia 23 de agosto de 2017. Falta-nos, praticamente, três meses para esse acontecimento tão importante na vida de todos os angolanos e de milhares de portugueses honestos que trabalham e gostam de Angola por razões óbvias. Essas eleições a serem justas e transparentes, poderão ser um instrumento de oportunidade de mudança para o desenvolvimento, para a democracia, para erradicação da miséria sociocultural, económico-financeira, psico-mental, ensino- educativa e para o equilíbrio político na nossa querida mãe Angola, e não só.


Angola como sabeis, ou não, é um país riquíssimo por causo do seu subsolo, do seu solo, do seu mar e, sobretudo, da natureza da sua gente na sua diversidade. Um povo honesto, criativo, inteligente, simpático e alegre mas, infelizmente, empobrecido, instrumentalizado, explorado, prostituído e injustiçado, etc., etc.


Nós povo só clamamos e reclamamos justamente por uma oportunidade na história dos povos desenvolvidos e queríamos sentir que contamos com a boa vontade do povo português e do seu governo, que contamos com povo espanhol e com o seu governo. Mas infelizmente, os tempos que correm estão, eles, a nos provar, a nós povo angolano, que os povos ocidentais e os seus governos, sobretudo português e espanhol, não estão à altura das suas responsabilidades histórias e compromisso na visão dos seus “ditos” valores ocidentais, greco-romanas, de democracia, de dignidade humana, de justiça, de transparência, de solidariedade etc., etc.


É sabido que Espanha e, sobretudo, Portugal têm sido, corruptivamente, destino do nosso dinheiro, e por consequência, causa da nossa pobreza e desgraça. Os seus mercenários prostitutos andam todos por Angola a abocanhar os nossos direitos e riquezas. Os políticos corruptos angolanos têm todos as suas contas bancárias e os seus luxos, a bel-prazer, na Península Ibérica por consentimento e aceitação dos políticos da península. A maioria dos bancos em Angola são de origem Ibérica, seus gestores são brancos provenientes desses países. As empresas de assessorias, de intermediárias e de prestadoras de serviços em Angola, e que falcatruam o nosso erário público mediante esquemas e favores a pedido dos corruptos angolanos seus parceiros, são desses países.

 

Por isso, estou a escrever esta pequena carta ao povo português, ao seu governo e ao seu Presidente e ao povo espanhol, ao seu governo e ao seu Rei para que digam às suas empresas SINFIC E INDRA que nos deixem em paz. Nós também somos pessoas e queremos justiça, democracia e desenvolvimento, transparência e lisura. Por favor, queremos ELEIÇÔES TRANSPARENTES e JUSTAS.

 

Se as empresas INDRA e SINFIC não conseguem garantir a transmissão dos resultados provisórios dos municípios para as sedes provinciais e, consequentemente, para a nacional, é porque não são idóneas para o efeito. Nós povo angolano queremos e temos o direito de saber quem ganhou nas mesas e assembleias de voto onde pertencemos. Lá nos seus países (INDRA e SINFIC) não é assim que acontece? Porque tratar-nos como gente sem direito e ignorante? Têm medo que nós povo saibamos quem ganhou na nossa assembleia (mesa)? E se têm medo de nós povo de sabermos a verdade, porque nos pedem o nosso voto? Se é assim, tragam os votos feitos de Portugal e da Espanha e os entreguem a quem quereis que ganhe as eleições em Angola em vez de nos fazer barulhos com campanhas e pedido de voto se não vão valer para nada.

 

Pedimos aos governos de Portugal e Espanha que as empresas da sua gente prostitutas do nosso dinheiro não sejam mais motivos de instabilidade e injustiças na nossa Terra. Que não ajudem mais os corruptos, os desonestos, os mentirosos e os sabotadores da democracia em Angola a falsificar as eleições na nossa Terra. Já basta.

 

A origem do terrorismo em França, Inglaterra e na América, etc., etc., também pode ser explicada por motivos históricos. As injustiças cometidas, ao longo dos anos, pelos terroristas europeus e americanos nos países originários dos atuais terroristas, sem serem filmados antigamente em direto na Televisão, são também a explicação do terrorismo filmado em direto pelas televisões atuais.

 

Nós em Angola, como povo, já não queremos pegar em catanas. Mas também, nós povo angolano, não queremos um dia quando houver instabilidade no país por causa das fraudes feitas pelas vossas empresas emigremos fugindo para Portugal e sermos terroristas vingando as vossas injustiças contra nós desde o tempo colonial até atualmente que as vossas empresas cometem contra nós.

 

Chega! Há limite para tudo.