Lisboa – O novo PCA do BPC, Ricardo Viegas D’abreu tomou medidas destinadas a recuperar créditos perdidos dados deliberadamente e sem garantias pelos seus antecessores. Como primeira medida, criou recentemente um Gabinete de Recuperação de Credito (GRC), justificado institucionalmente como servindo “para dar corpo a necessidade de modificação do procedimento anteriormente praticado, cujos processos ainda se encontram em curso”.
Fonte: Club-k.net
Criou o Gabinete de Recuperação de Créditos
De acordo com dados que o Club-K, teve acesso, o gestor decidiu também que todos os processos de créditos de clientes considerados de TOP 500, devem ser tratados pelo GRC. As respectivas áreas comerciais, conforme instruções suas, devem remeter os respectivos processos para o GRC, num período de 7 dias úteis, respeitando a documentação constante de “checklist” para clientes ou particulares.
Porém, a decisão da nova administração em fazer um “aperto” as politicas de credito resultante na criação do GRC, foi em função do antecedente de erros da gestão do passado que fez com até 2016, o BPC ficasse com mais de 20% de credito malparado tendo mais tarde recebido uma garantia soberana do Estado avaliada em 350 milhões de dólares americanos para a sua restruturação.
Os beneficiários dos créditos terão empregue os fundos em ações sem retorno para o banco. Há o caso de um suposto empresário Carlos Miguel Conceição, identificado como sobrinho de Paixão Junior que beneficiou de um credito de 70 milhões de dólares, que terá empregue, na compra de viaturas topo de gama e imóveis na cidade de Johanesburgo (África do Sul), em Lisboa (Portugal) e no esbanjamento em outras propriedades de luxo.
O BPC, registou também o caso de um fotografo da sede do MPLA, que beneficiou de um credito de dois milhões de dólares e que segundo testemunhas terá gerido em gastos de viagens em primeira classe para o exterior. O cliente fez parte de um grupo de profissionais próximo ao MPLA, em Luanda, que beneficiaram de credito diretamente aprovado por Paixão Júnior.
Mário Domingos Durão, um outro militante do MPLA que beneficiou de credito foi dado como um caso a parte. Veio de uma família abastarda e através do empréstimo que beneficiou terá gerado empregos, lucros revertendo a sua situação de devedor. Em meios partidários, o MPLA tem apresentado o seu caso como sendo exemplar.
Em meados de 2016, através do seu actual SG, Antônio Paulo Kassoma escreveu para a administração do BPC, encorajando a ir em frente na identificação dos rastos de clientes que pediram créditos bancários inclusive aqueles que usaram o nome do partido para tais pedidos.
De acordo com fontes partidárias, o MPLA teve de tomar esta posição depois de ter tomado conhecimento que alguns devedores do BPC estariam a furtar-se das suas obrigações. Outros estariam a fazer-se intimidar invocando militância ao partido e insinuando que os fundos obtidos foram usados para construção de CAP, a designação que se atribui as sedes dos comitês de ação junto as bases partidárias.
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