Luanda - As dívidas de Angola às companhias aéreas subiram 43,4%, passando de 237 milhões de dólares em junho do ano passado para 340 milhões atualmente, disse a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) à Lusa.

Fonte: Lusa

Em resposta a perguntas da Lusa, um porta-voz da IATA precisou que "o montante de fundos bloqueados em Angola está atualmente nos 340 milhões de dólares" e acrescentou que "a IATA continua a trabalhar para garantir a libertação dos fundos em Angola e noutros países".


A Lusa questionou ainda a IATA sobre o prazo e o total das dívidas às companhias, mas sem resposta até ao momento.

 

Em junho do ano passado, as dívidas ultrapassavam os 4.000 milhões de dólares só entre os primeiros cinco devedores da lista, que colocava Angola no quinto lugar.


A lista era liderada pela Venezuela, com dívidas de 3.180 milhões de dólares (16 meses sem transferir dividendos), seguida da Nigéria (591 milhões de dólares, sete meses), Sudão (360 milhões de dólares, quatro meses) e Egito (291 milhões de dólares, quatro meses).


O bloqueio de 340 milhões de dólares em receitas das companhias aéreas que operam no país, mas cujas verbas não conseguem enviar para os países de origem, é um dos sintomas da crise financeira, comprovada pela escassez de divisas exteriores, principalmente dólares, no país.


Em junho do ano passado, Angola era o quinto país do mundo com mais fundos retidos às companhias aéreas e demorava em média sete meses a conseguir enviar as suas receitas para os países de origem.


"A repatriação eficiente das receitas é fundamental para que as companhias aéreas sejam capazes de desempenhar os seus papéis como um catalisador para a atividade económica; não é razoável esperar que as companhias aéreas invistam e operem em países onde não podem coletar eficientemente o pagamento pelos seus serviços", disse Tony Tyler, diretor-geral da IATA, no comunicado divulgado em junho do ano passado.