Luanda - Aos amigos, que nos têm questionado sobre o partido que merecerá o nosso voto no próximo pleito eleitoral, eis a nossa opinião, que não é de cientista políticos, mas sim de angolano que acredita que o futuro resulta das opções do presente:

Fonte: Club-k.net

Escolher o Partido que merecerá o nosso voto, não é o mesmo que escolher um team desportivo para apoiar. Pois, o bom “torcedor” deve ser um fiel incondicional da sua equipa, ou seja, não importa se a equipa joga de forma excelente ou péssima. Também, não é o mesmo que eleger o melhor jogar da actualidade, o melhor músico, a mulher mais linda, ou ainda, o cidadão que terá o privilégio de dirigir uma viatura de luxo (Lexus, BMW...), entre outros prazeres que preenchem o nosso lazer!

 

Votaré:(i)eleger os angolanos que terão a missão de governar Angola para o bem comum, (ii) escolher os filhos da pátria a quem confiaremos o nosso presente e futuro, (iii) indicar os gestores que irão administrar o dinheiro de todos os angolanos, (iv) dar poder aos nossos concidadãos sobre as nossas vidas. Mas, os escolhidos terão de respeitar e fazerem cumprir a Lei, entre outras tarefas, cuja execução edifica uma nação saudável.

 

Numa só frase: votar será nomear aqueles que terão a missão de resolver ou atenuar os problemas do povo, que perduram desde a nossa independência!

 

Nesta lógica, não basta “olhar” com o coração, ser catapultado pela emoção ou pela família, amigos, ou ainda, pelo cantor ou jogador que nos encanta - Voto Emocional -.

 

4. Pelo contrário, votar implica uma prévia reflexão, profunda e desapaixonada, – Voto Racional - que terá de ser objectiva, cujos critérios de seleção do merecedor da nossa confiança, passarão, entre outros, (i) pela análise pormenorizada dos programas dos partidos e constatação da sua importância para o fortalecimento da cidadania nacional que passa pela promoção e respeito dos direitos fundamentais, tais como a saúde, educação/ensino, liberdade, acesso à justiça (...); (ii) pelo questionamento da exequibilidade dos programa apresentado, para aferir se não passam de meras promessas para angariar eleitores - para o efeito, julgamos que será útil olhar para o contesto actual sócio económico e, assim, aferir com que dinheiro será o mesmo implementado - ; (iii) por último, pelo escrutínio do perfil dos seus candidatos, tendo em atenção o seu passado e presente, o que permitirá prognosticar o futuro dos mesmos (como titulares de cargos públicos) de forma sustentada.

 

Dito de outro modo, escolher o partido que merecerá a nossa confiança, será uma consequência racional e não emocional.

 

5. Logo, só saberemos, a quem votaremos, quando os partidos publicitarem e explicarem os seus programas. Por outro lado, ajudaria bastante na formação da nossa decisão, se os candidatos partissem para os debates públicos.

 

Advogado e Professor de Direito da Universidade Católica de Angola