Luanda  - O consumo de bebidas alcoólicas em Angola é preocupante, dizem peritos 85% dos angolanos precisam de acompanhamento psicológico, por causa do consumo excessivo de bebidas alcoólicas, defendem os psicólogos.

Fonte: Club-k.net

As razões para o alto consumo são várias e vão desde a falta de emprego à pressão social quando se sai com amigos. A situação é tão grave que ninguém deve ficar indiferente ao assunto. É uma questão que deve preocupar todo angolano, o nível de consumo de bebidas alcoólicas em todo país 'e cada vez maior. O baixo custo que das bebidas alcoólicas funcionam é um incentivo ao seu consumo. Uma cerveja continua a ser mais barata do que um quilo de arroz. O álcool acaba por ser mais barato que o pão que tem que se comprar para toda a família. Na maior parte dos crimes cometidos hoje em Angola os executores estão alcoolizados ou drogados.



O alcoolismo é geralmente definido como o consumo consistente e excessivo e/ou preocupação com bebidas alcoólicas ao ponto que este comportamento interfira com a vida pessoal, familiar, social ou profissional da pessoa e pode potencialmente resultar em condições (doenças) psicológicas e fisiológicas, assim como, por fim, na morte. É um dos problemas mundiais de uso de drogas que mais trazem custos. Com excepção do tabagismo, o alcoolismo é mais custoso para os países do que todos os problemas de consumo de droga combinados.

Cresce o nível de consumo de bebidas alcoólicas em Angola, e muitos analistas entendem que a questão deve ser considerada como um problema nacional de saúde pública encorajado pela grande quantidade da oferta e pelo baixo preço dos produtos. As consequências para sociedade angolana são inúmeras podendo a condicionar o desenvolvimento do país.

Para alguns cidadãos entrevistados pela Voz da América em Luanda consumir bebidas alcoólicas todos os dias e em grandes quantidades passou a ser normal, seja em ambientes festivos, momentos de lazer\recreação ou mesmo no seu local de trabalho. Nem mesmo o perigo de contrair uma doença grave em consequência do exagero na ingestão de álcool constitui um obstáculo.

 

As drogas principalmente ingeridas por mulheres causam enormes consequências diversas e graves, que vão desde destruição do fígado à má formação congénita, no caso de se tratar de uma mulher grávida, disse o psicólogo. Podemos nos apegar ao conceito de tolerância. Quando uma certa droga é aceitável por determinado organismo, estamos em presença de uma tolerância, ou seja, quando os jovens ingerem duas, três, quatro o organismo deixa de sentir o efeito a tendência é de aumentar a dose na tentativa de buscar o prazer desejado, salientou.


O aumento da sinistralidade rodoviária fruto do consumo exagerado de álcool é outra preocupação dos analistas. Segundo dados da Direcção Nacional de Viação e Trânsito cerca de 50 porcento dos acidentes na via pública são resultantes do excesso de velocidade devido a condução sob o efeito do álcool. Um dado que preocupa muitos actores da sociedade angolana, pois a sinistralidade rodoviária é a segunda maior causa de mortes em Angola, a seguir a malária. Em média 10 a 12 pessoas morrem nas estradas de Angola todos os dias.

 

A idade legal para consumo de bebidas feitas a base de álcool é uma questão muito discutida, e varia de país para país dependendo do local onde o consumo é efectuado ou se a pessoa está acompanhada por um adulto, entre outras condições.

Em Angola é proibida apenas a venda à menores, mas nada está regulamentado sobre a idade para o consumo de bebidas alcoólicas diferente de países como Namíbia, Africa do Sul e Zimbabwe onde só a partir dos 18 anos o indivíduo está autorizado a consumir determinadas espécies de bebidas alcoólicas.

Alguns jovens consumidores de bebidas alcoólicas sabem das consequências, mas nem por isso conseguem largar o vício e pegar um novo rumo para vida.

A actual geração consome mais cerveja em relação aos outros tipos de bebidas alcoólicas e têm como preferência a proveniente da CUCA, Companhia União de Cervejas de Angola, a detentora das marcas nacionais Nocal, Eka, 33 Ex port e Tchizo, e internacionais Castel e Doppel Munich (preta).

O director nacional do comércio externo do Ministério do Comércio, Adriano Martins revelou recentemente que o país gasta muito dinheiro na importação de bebidas.

Fazendo recurso as estatísticas de Setembro de 2016, Adrino Martins assegurou que o país gastou perto de quatrocentos milhões de dólares na importação de bebidas.

Em nosso meio, as bebidas alcoólicas são cada vez mais consumidas e até exaltadas e as pessoas são introduzidas nelas cada vez mais cedo. É verdade que a maioria das pessoas que consome bebidas alcoólicas não se torna alcoólatra, mas essa disponibilidade aumentada estimula em muito o alcoolismo. Outros factores sociais, psicológicos e sobretudo genéticos, contribuem decisivamente para a instalação do alcoolismo.

Além dos prejuízos na vida académica, profissional, social e familiar o abuso de álcool por tempo prolongado pode causar câncer na cavidade oral, esófago, faringe, fígado e/ou vesícula biliar; hepatite, cirrose, gastrite, úlcera, danos cerebrais, desnutrição, problemas cardíacos, problemas de pressão arterial, além de transtornos psicológicos. Durante a gestação, causa má formação fetal.

 

Apesar do abuso do álcool ser um pré-requisito para o que é definido como alcoolismo, o seu mecanismo biológico ainda é incerto. Para a maioria das pessoas, o consumo de álcool gera pouco ou nenhum risco de se tornar um vício. Outros factores geralmente contribuem para que o uso de álcool se transforme em alcoolismo. Esses factores podem incluir o ambiente social e cultural, a saúde psicológica e a predisposição genética.

O alcoolismo continuado leva a alterações dos padrões funcionais do fígado, do aparelho digestivo, do coração, do sangue, dos músculos e das glândulas endócrinas. Em sua evolução, o alcoolismo também leva a doenças físicas e psíquicas, algumas das quais irreversíveis e que podem resultar em morte.


As doenças mais comuns associadas ao alcoolismo são a cirrose hepática, as síndromes amnéstica, demencial, alucinatória e delirante, além de ansiedade, distúrbios sexuais, alterações do sono, etc. O alcoolismo também aumenta a predisposição a outras doenças, como às infecções. Por fim, o delirium tremens, o quadro clínico mais grave da abstinência, pode terminar pela morte.


O consumo crônico do álcool por prazo muito longo acaba por levar a mudanças psicológicas profundas, entre as quais aquelas que incluem alterações dos padrões éticos e emocionais da pessoa, deterioração das relações familiares e sociais e descaso com as tarefas elaborativas. O alcoólatra (e às vezes o mero usuário não alcoólatra) pode ter um comportamento violento e até mesmo criminal.


Em Angola a bebida dá muito dinheiro, nas alfandegas passa com mais facilidade bebidas alcoólicas do que material escolar, hoje em Angola a maior causa de violência domestica é o alcoolismo, temos uma sociedade ainda com um considerável nível de analfabetismo, que também contribui bastante no acrescido índice do alcoolismo, no meu parecer a responsabilidade do governo, proibir a venda de bebidas alcoólicas em certos locais, limitar a entrada de bebidas alcoólicas no pais, e fiscalizar com mais rigor a venda de bebidas alcoólicas.


Em Angola o sumo chega a custar mais caro do que a Cuca. As redes sociais passam mais publicidades de bebidas e de festas

Em Angola há mais fábricas de bebidas que Bibliotecas. Os ditos empresários da juventude só apostam em festas e intoxicam os jovens com bebidas alcoólicas. É uma pena... Quem inaugura as fábricas de bebidas são os auto mandatários da nação. Pura e simplesmente esquecem-se das consequências.

 

Porque que o Estado não pratica taxas mais altas nas bebidas e no tabaco. quem fuma sabe que é muito-barato comprar tabaco em Angola, os estrangeiros sabem disso. Não temos esses costumes nas nossas tradições, sou a favor da penalização destas drogas nas importações.

Domingos Sebastiao