Luanda - Alguns já estão em falência técnica, alerta o presidente da Associação dos Hotéis e Resorts de Angola. O setor não está a conseguir enfrentar a crise.

Fonte: Visao

Há muitas unidades hoteleiras a operar com menos de 20% de taxa de ocupação. Há outros, cuja ocupação não passa dos cinco por cento. O presidente da Associação dos Hotéis e Resorts de Angola, Armindo César, faz um retrato difícil de um setor que tem sido levado no vendaval da crise económica.


De acordo com a agência de notícias angolana Angop, que cita Armindo César, desde 2014 que as unidades hoteleiras do país têm sofrido gravemente. Além da crise - provocada pelo afundamento dos preços do petróleo, do qual a economia angolana é totalmente dependente - o responsável da associação aponta o dedo à burocracia existente na atribuição de vistos a estrangeiros, o que leva a que haja uma fraca entrada de turistas em Angola.


O turismo é ainda muito residual neste país, ao contrário do que sucede, por exemplo, em Moçambique. No entanto, Angola tem algumas das paisagens naturais mais bonitas de África, caso das grandes quedas de água de Kalandula (na província de Malanje) ou o Parque Nacional da Quiçama, no Bengo.


Mas ainda faltam muitas infraestruturas rodoviárias e ferroviárias para os turistas saírem de Luanda ou de Benguela e chegarem ao interior do país. É justamente aí, que segundo Armindo César, a situação se torna mais complicada para pensões, motéis e empreendimentos turísticos.


Mas além da falta de clientes, os hotéis em Angola têm elevados custos de exploração, ligados sobretudo às falhas da água e da eletricidade. Assim, aos custos do combustível para manter funcionais os geradores elétricos - quando a eletricidade pública falha -, aliados aos elevados preços das cisternas de água, acabam por levar muitas unidades à falência.


Luanda voltou a ser considerada, este ano, a cidade mais cara do mundo, segundo um estudo da consultora Global Mercer. O seu elevado custo de vida faz dela também a cidade mais cara para os expatriados.