Luanda - Trabalhadores do Hospital Josina Machel queixam-se de mais de 9 meses sem salários e falta de condições de trabalho.

Fonte : KUP

As precariedades vão desde a carência de luvas, que dificultam o serviço dos profissionais, a falta de higiene, a escassez de medicamentos é também uma realidade que afecta a unidade hospitalar, segundo as declarações dos funcionários.

 

“Já viemos com esses problemas há bastante tempo. Antes, o salário atrasava, ficava dois meses e depois pagavam. Só que agora está mesmo pior a situação. Para já higiene é lixo. Só onde nós ficamos, até o cão não consegue ficar. Casa de banho é lixo: principalmente as pessoas que trabalham lá na casa mortuária, lá na casa trânsito, que é a casa trânsito que nós chamamos; é uma área a casa mortuária”.

 

Os profissionais consideram a situação que vivem como sendo injusta, atendendo as exigências que o trabalho impõe.

 

“Os jovens que vão recolher os corpos lá no banco de urgência, a casa de banho dali; só a sala, o cão não consegue ficar aí nem o gato consegue ficar naquela sala. A luva que você usou, que pegou o doente, é que você vai usar mais para pegar mais outros doentes; uma máscara até o dia todo. Uma noite completa, você está levar cadáver com um par de luva. Isso não é justo”.

 

De acordo com os trabalhadores, há nove meses que não recebem os ordenados a que têm direito.

 

Além das várias dificuldades, enfrentadas no âmbito profissional, apontam para uma postura indecente por parte do director da Instituição, e pedem ajuda do Ministério e dos advogados.

 

A responsável do Projecto Luacute, que presta serviço nos diversos sectores do hospital Josina Machel, identificada apenas pelo nome de Doutora Judith, negou esta quarta-feira, 28 de Junho de 2017, a solicitação de falar sobre o problema, alegando não estar bem de saúde.

 

“Não tenho nada a fazer, estou doente. Eu não posso falar agora. Não posso. Não me faça ficar irritada. Eu estou a dizer que estou doente. Eu sou uma mulher de sessenta anos. Respeita, por favor. Eu estou a querer ser educada”.