NOTA DE IMPRENSA

Manuel Chivonde Baptista Nito Alves, activista,

Serve-se da presente nota de imprensa para informar o seguinte:

A 3 de Julho do corrente ano, uma cidadã de nome Luzolo Berneza, mais conhecida por Luz Feliz Luzolo, publicou na sua conta da rede social Facebook uma denúncia na qual afirma o seguinte:

“Na noite passada, de 2 de Julho [de 2017], sofri abuso por parte de Manuel Chivonde – conhecido também como Nito Alves. O mesmo tocou-me várias vezes, e quando chamado a atenção [por mim], fê- lo novamente de forma propositada e apalpou-me os seios. [Trata- se] de um indivíduo com quem troquei apenas algumas palavras, num local público, e há testemunhas. Simplesmente estou cansada da normalidade com que tratamos estes abusos (...). ”

Eis os esclarecimentos necessários:

A autora desta inflamada denúncia é uma jovem de 22 anos que conhece bem os activistas integrantes do Processo 15+2 e outros, especialmente o remetente da presente nota, Manuel Chivonde Nito Alves, Arante Kivuvu Italiano Lopes, Nuno Álvaro Dala, Francisco Gomes Mapanda (Dago Nível Intelecto) e Laurinda Manuel Gouveia, tendo visitado os referidos activistas (excepto os últimos) em diversas ocasiões durante o período em que estiveram presos.

 

A 2 de Julho do ano corrente teve lugar um evento social denominado Almoço de Confraternização, idealizado e realizado com o objectivo de, por um lado, celebrar o primeiro aniversário da libertação dos activistas do Processo 15+2, ocorrida a 29 de Junho de 2016 e, por outro lado, reforçar os laços de fraternidade entre os referidos activistas, suas famílias e as pessoas que se bateram pela sua libertação durante a atribulada epopeia dos 15+2. Apesar de não ter sido convidada pela organização do evento, a jovem, tal como as suas companheiras do suposto movimento feminista, ainda assim se fez presente no local do evento por volta das 18h00, sem que, no entanto, fosse impedida de usufruir da festa.

 

O Almoço de Confraternização, que teve lugar no Salão de Festas Morabeza, decorreu sem qualquer incidente, não só pelo elevado grau de organização do evento como também pela idoneidade das personalidades presentes, a saber, os familiares, os companheiros de activismo e os amigos dos 15+2. Não foi registado nenhum incidente que tenha posto em causa a integridade física e moral – como tal – a dignidade dos presentes.

No centro do Salão de Festas, o “jango”, havia várias pessoas a dançar, tais como o remetente da presente nota, os activistas Arante Kivuvu (um dos animadores do evento), Bitão Felisberto Holua, Abraão Chissanga, Artur Zambiano, Graciano Brinco, Laurinda Manuel Gouveia, Luzolo Berneza (a denunciante) e suas companheiras, cujos nomes não ocorrem na memória. À medida que o tempo passava, alguns convivas se retiraram, uns para regressarem à casa, e outros para a copa e outras secções do salão, onde havia muitas outras pessoas. No momento do suposto apalpamento reiterado do seio da denunciante, estavam no jango José Chicaia, Francisco Gomes Mapanda, a denunciante, o remetente mais duas das suas amigas, ao passo que outros continuavam a dançar no outro extremo do jango.

 

O remetente desta nota de imprensa (Nito Alves) dirigiu as seguintes palavras à denunciante: “estás a gostar do ambiente? Então, o que esse crachá que tens no peito significa? Posso vê-lo? Posso tocá-lo? ” Ao que o remetente tocou no crachá (que continha elementos simbólicos do feminismo), sem que o mesmo pretendesse assediar a denunciante, não tendo tal acção passado de mera manifestação de curiosidade, sendo que havia outras pessoas de lado. Entretanto, a jovem reagiu com uma virulenta pergunta demasiado obscena para ser aqui reproduzida, tendo ela recebido repreensão das suas companheiras e outras pessoas, sendo que Francisco Manada também ajudou a apaziguar. O remetente reconhece que teria sido melhor que as tentativas de demonstração de simpatia não tivessem sido feitas, pois a jovem revelou-se reacionária.

 

6. A denunciante afirma que sofreu abuso do remetente, traduzido em vários toques no seu seio, e acrescenta que tal acção foi propositada, agravada com o apalpamento do seu seio.

 

7. É desafiada a denunciante a apresentar provas materiais do que ela chama de acto de toque e apalpamento frequente dos seus seios, o que constitui assédio – mesmo que seja em sede de um tribunal competente.

 

Para terminar, considera o remetente que a acusação da denunciante configura sério acto de difamação e calúnia contra a sua pessoa. Por outro lado, deve aqui ser referido que a jovem é useira e vezeira na prática de achincalhar activistas, como já aconteceu com o Artur Zambiano e com o Rid Miguel, a quem chamou de “activistas de cocó”, por os mesmos não partilharem das suas interpretações materiais da filosofia do feminismo, um movimento universal que visa a afirmação e emancipação da mulher, sendo que o remetente nada tem contra, subscrevendo os seus valores e princípios fundamentais, e não se revê nos radicalismos traduzidos em actos acusatórios, de niilismo moral e de faltas de respeito gratuitas contra aqueles activistas que jamais confundem feminismo com esquizofrenia social.

Luanda, 4 de Julho de 2017

O subscritor

MANUEL CHIVONDE BAPTISTA NITO ALVES