Luanda - O diretor da Empresa Nacional de Pontes de Angola garantiu hoje que a partir da próxima semana vão começar a ser pagos os 45 meses de salários em atraso, apesar da falta de empreitadas para sustento da instituição.

Fonte: Lusa

Em declarações à agência Lusa, José Henriques assegurou que "hoje começaram já a ser pagas algumas faturas" de obras realizadas pela empresa e que a partir da próxima semana "a questão salarial começará a ser reescalonada".

 

De acordo com o diretor da empresa pública angolana de pontes, a situação salarial da empresa já se arrasta desde 2011 e a grande condicionante da instituição que dirige tem sido a falta de empreitadas para dar suporte e cobrir pontualmente os salários.

 

"Não nos dão empreitada e as poucas que a gente tem, os valores são ínfimos e não conseguem cobrir esses problemas dos salários pontuais", disse.


O responsável referiu ainda que a falta de obras tem deixado em estado obsoleto os meios técnicos da empresa, devido a falta de condições para a sua manutenção, sublinhando que a resolução passa por o Governo dar obras de forma regular à empresa.

"Obras e mais obras, construções e manutenções permanentes e não em casos pontuais, senão você atua como um bombeiro, porque os trabalhadores são permanentes na empresa e temos contratos efetivos, daí vamos acumulando esse passivo de salários", explicou.

 

José Henriques precisou também que a situação da empresa é do domínio dos funcionários, "que estão a par da realidade" e que "sempre reinou o diálogo aberto" sobre o quadro da Empresa Nacional de Pontes.

 

"O diálogo existe, mas ele tem que ser construtivo, então, não podemos estar a falar do mesmo assunto todos os dias, nós somos colegas e eles sabem qual é a situação da empresa. Ainda reuni com os trabalhadores há um mês em assembleia-geral em que abordámos essa situação", concluiu.

 

Mais de 400 trabalhadores da Empresa Nacional de Pontes de Angola estão há 45 meses sem salários e protestam há mais de uma semana, em vigília, exigindo os pagamentos em atraso, dando conta de dificuldades para sustentar as famílias.