Luanda - O MPLA prepara a ‘’maior mobilização de sempre’’ para receber o seu candidato à província de Benguela, a terceira praça eleitoral do país, agitada devido a um ambiente de insatisfação no Porto do Lobito.

*João Marcos
Fonte: VOA

Antigo centro de disputa política, a empresa portuária não paga salários há quase três meses e encontra-se numa situação que obriga o recurso à banca para manter o funcionamento.

 

Após a colocação de um panfleto com apelo à paralisação, ganhou força a ideia de que os cerca de dois mil trabalhadores do Porto do Lobito poderiam cruzar os braços para mostrar a João Lourenço um velho descontentamento.


Na nesta segunda-feira, 3, longe dos olhares da comunicação social, o ministro dos Transportes, Augusto Tomás, acalmou os ânimos ao defender uma cultura de diálogo, num encontro em que participaram também funcionários do Porto de Amboim, da província do Kwanza Sul.


Ainda assim, conforme apurou a VOA, não é espectável que a mobilização do MPLA faça eco no Porto do Lobito, empresa que solicitou seis empréstimos a bancos comerciais só para pagar ordenados.


A massa salarial ronda os 350 milhões de kwanzas mensais, mais de 1 milhão e seiscentos mil dólares ao câmbio oficial, valores considerados altos para uma empresa sem movimento de importação, mas que não consegue justificar o destino das receitas obtidas na altura da bonança.


É dentro deste contexto que o Bureau Político do MPLA diz que tenciona ver toda Benguela com João Lourenço, já no próximo final de semana.


O secretário para os assuntos políticos e eleitorais, João Martins, chefe do grupo de acompanhamento, diz que o seu partido tem muito para dar aos angolanos e critica a oposição.


“Os jornalistas devem ter o cuidado de ler as propostas. Há partidos que concorrem e só têm elementos comuns, genéricos, mas vocês não questionam para saber as razões. O nosso programa, que está a ser apresentado, tem uma perspectiva de futuro para o país’’, considera Martins, que apoia uma ‘’mobilização à altura’’ para a actividade que se avizinha.


A convicção de João Martins foi expressa à saída da eleição de Rui Falcão para o cargo de 1º secretário do Comité Provincial, enquanto se procura resolver o problema do Porto do Lobito.


Uma fonte do Conselho de Administração, que solicitou anonimato, assegurou que as coisas regressariam à normalidade no decurso desta semana.