Luanda - O novo partido angolano Aliança Patriótica Nacional (APN) traçou o objetivo de conseguir eleger até quarenta deputados na Assembleia Nacional nas eleições gerais de 23 de agosto, em que se estreia. A posição foi expressa à Lusa pelo presidente do partido, reconhecido formalmente em 2016, admitindo que o foco da APN é conseguir o maior número de deputados em busca de um maior equilíbrio no parlamento, para chegar ao poder depois de 2022.

Fonte: Lusa

Nós pensamos atingir a fasquia de vinte a quarenta deputados nesse pleito e se atingirmos o dobro de 40 não será surpresa para ninguém, atendendo o fluxo de populares que estamos a ter, falo com convicção de que em agosto vamos surpreender”, disse Quintino Moreira.


Quinino Moreira é também cabeça-de-lista da APN pelo círculo eleitoral nacional, concorrendo por isso à eleição indireta para o cargo de Presidente da República nas eleições de agosto. “O objetivo de qualquer partido que se funda é atingir o poder e a APN não está alheia a isso, só que temos meta para as eleições de 23 de agosto”, observou.


Não podemos continuar a ter um parlamento com maiorias absolutas. Queremos primeiro acabar com a ditadura parlamentar e depois, em 2022, concorrermos em pé de igualdade com todas forças vivas já existentes e conseguirmos protagonizar as mudanças tão requeridas pelo povo angolano”, fundamentou.


A APN ocupa o segundo lugar no boletim de voto para as eleições de 23 de agosto, às quais concorrem igualmente o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, a União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE).


Questionado sobre as reclamações que se levantam sobre alegadas semelhanças das cores da bandeira do seu partido (verde e vermelho) e da UNITA, o dirigente político considerou tratar-se de “um falso problema e um assunto extemporâneo”. O político recorda que o assunto já foi analisado pelo Tribunal Constitucional – após queixa da UNITA – e manifesta-se surpreso pelo facto de o maior partido da oposição em Angola ainda insistir neste “inexistente problema”.


“Pensamos que isto deve ser algo do fórum psíquico, ver semelhança na laranja e vermelho e no embondeiro e galo negro [símbolos nas duas bandeiras]. Por isso é que deve haver um problema patológico de quem pensa que existe semelhança entre a nossa bandeira e a da UNITA”, atirou.


Quintino Moreira classificou ainda como irrisórias as verbas que o Estado angolano vai atribuir para a campanha eleitoral das seis forças políticas que vão a votos a 23 de agosto. As supostas ligações do partido ao MPLA são também refutadas pelo político, afirmando Quintino Moreira que “a APN não é, nunca foi e nunca será satélite de qualquer partido”.


“A APN tem ideologias e rumo próprio a seguir, e pensamos que a breve trecho deve ser o partido mais bem colocado para atingir o poder em Angola. Aos nossos detratores avisamos que se preparem porque a APN chegou, vamos concorrer as eleições e vamos surpreender”, assegurou. O dirigente garantiu ainda que o partido vai responder a alegadas suspeições de fraude com a formação de mais de 31 mil delegados de lista, os quais vão “fiscalizar milimetricamente” o processo eleitoral, para garantir “justeza e transparência”.


Quintino Moreira exortou ainda os partidos políticos a mobilizarem os cidadãos para o voto, receando a abstenção resultante da “condição socioeconómica do país”.


“É daí que APN que nasce como uma força alternativa ao poder instituído em Angola, que durante mais de quarenta anos não conseguiu melhorar as condições de vida da população. Se não conseguiram fazer nesse período em cinco anos nada fará. Surgimos para tomar as rédeas do poder em Angola em 2022”, rematou.