Benguela - O líder da seita adventista “A Luz do Mundo”, José Julino Kalupeteca, condenado a 28 anos de prisão na sequência dos episódios de violência registados, em 2015, no Monte Sumi, região do Huambo, encontra-se acometido por gastrite aguda na Cadeia do Cavaco, na província de Benguela.

*Francisco Paulo
Fonte: Correio Angolense

De acordo com o que apurou o Correio Angolense junto de um dos filhos do responsável da seita banida pelas autoridades, este padece de sérios problemas estomacais que se agravaram bruscamente devido às condições de detenção. Elias Kalupeteca contou que a família envidou diligências para ser ela mesma a fornecer-lhe a alimentação, em conformidade com a dieta requerida, para que a situação não se agrave.


Contudo, Elias deixou claro que neste momento a situação do líder religioso já exige mesmo outro tipo de cuidados que não se limitam a uma alimentação mais regrada ou ao acompanhamento por um agente de reeducação – item que os serviços prisionais garantem ao recluso.


Segundo o próprio Julino Kalupeteca, o clima de Benguela não tem favorecido o seu estado de saúde, pelo que passou a reivindicar a sua transferência para outra cadeia, em região ou localidade com um clima mais apropriado à sua condição. Falou-se na sua possível transferência para o Bié – região planáltica com um clima considerado dos mais amenos do país – mas não se confirma. Apesar de tudo, conta o filho, Julino Kalupeteca tem tido uma boa relação com o seu reeducador, o intendente Nelson Vasco, que lhe tem dispensado a atenção que pôde agora que o recluso necessita de maior e melhor assistência. Mas, além do comportamento impecável do reeducador, outros agentes prisionais o têm tratado com relativa indiferença, mesmo quando Julino Kalupeteca é visto a contorcer-se em virtude das fortes dores estomacais que frequentemente o acometem.

OMUNGA confirma


A situação do líder da seita “A Luz do Mundo” é confirmada por José Patrocínio, responsável da Organização Não-Governamental OMUNGA, que o tem visitado. Segundo o activista, a última vez que o viu na Cadeia do Cavaco estava doente e a queixar-se de muitas dores no corpo.


Acrescentou, porém, que a última informação que obteve é de uma melhoria do quadro clínico de José Julino Kalupeteca. “Dizem que já recebe alimentação com regularidade e que a sua situação parece estar controlada pelas autoridades prisionais”.


José Julino Kalupeteca foi condenado a uma pena de reclusão de 28 anos após ter sido considerado pelas autoridades culpado e orquestrador dos incidentes ocorridos no Monte Sumi, município da Caála, Huambo, e que resultaram na morte de nove agentes da Polícia Nacional e um número indeterminado de populares.