Luanda - O Clarence House Hotel, no Quénia, abriu ontem um processo contra a Embaixada de Angola no país, por dívidas de 61.419,57 dólares, valor referente à ocupação de vários quartos e de um apartamento.

Fonte: NJ

Segundo a avança a imprensa local, a acção do Clarence House Hotel foi interposta no Tribunal Comercial de Milimani, na segunda-feira, 10, devendo ambas as partes comparecer nessa instância judicial no próximo dia 19 de Julho.


O processo, de acordo com o jornal The Star, surge na sequência de dívidas acumuladas ao longo do ano passado, valor que o hotel tentou cobrar à representação diplomática angolana, sem sucesso.


A publicação queniana relata que o gerente do Clarence House Hotel, Peter Njuguna, escreveu à Embaixada de Angola no Quénia em Agosto do ano passado a solicitar os pagamentos em atraso, mas apenas conseguiu um pedido de adiamento, assinado pelo embaixador Virgílio Marques de Faria.


"Requeremos gentilmente uma extensão [do prazo de pagamento] até 20 de Setembro de 2016, para pagarmos a dívida corrente de 17.500 dólares", lê-se na resposta da representação angolana, citada pelo The Star,
O valor em causa era relativo ao arrendamento de um apartamento e a diárias de quartos de hotel.


"O Consulado prometeu liquidar a factura a 20 de Outubro de 2016, data depois da qual iriam terminar o contrato de arrendamento do apartamento", esclarece o hotel.


Como as dívidas não foram regularizadas, e as acomodações do hotel continuaram a ser usadas por Angola, Peter Njuguna adianta que a factura subiu até aos 61.419,57 dólares.


O gestor explica que vários membros da comitiva angolana utilizaram o hotel entre Abril de 2016 e Janeiro de 2017, serviços que espera agora cobrar com juros, através da intervenção do tribunal.


Este não é o primeiro escândalo com dívidas envolvendo a Embaixada de Angola no Quénia. No ano passado, o Novo Jornal Online noticiou a contestação judicial de 30 funcionários quenianos dessa representação diplomática, que acusavam o embaixador Virgílio Marques de Faria (na foto) de levar uma vida de luxo, enquanto os trabalhadores acumulavam cinco meses de salários em atraso.